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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ano sacerdotal: 5 Pães e 2 peixinhos




PALAVRAS DE BENTO XVI AOS SACERDOTES DO MUNDO:
"Neste Ano Sacerdotal, recordamos que especialmente nós, os sacerdotes, podemos nos ver neste texto de João, tomando o lugar dos apóstolos, quando dizem: “Onde poderemos encontrar pão para toda esta gente?” E ao ver o anônimo jovem que tem 5 pães de cevada e 2 peixes, também a nós surge espontaneamente a pergunta: “Mas o que é isso para uma multidão tão grande?”. Em outras palavras: quem sou eu? Como posso, com meus limites, ajudar Jesus em sua missão? E o Senhor nos dá a resposta: precisamente ao colocar em suas “santas e veneráveis” mãos o pouco que são, os sacerdotes se convertem em instrumentos de salvação para muitos, para todos."

Benedictus XVI
Ângelus do XVII Domingo do Tempo Comum

sábado, 25 de julho de 2009

CARTA DE SANTA CATARINA A UMA IRMÃ.. Abraça Jesus crucificado, amante e amado




“Querida irmã em Jesus. Eu, Catarina, serva dos servos de Jesus, escrevo-te no seu precioso sangue, desejosa que te alimentes do amor de Deus e que dele te nutras, como do seio de uma doce mãe. Ninguém, de facto, pode viver sem este leite!

Quem possui o amor de Deus, nele encontra tanta alegria que cada amargura se transforma em doçura e cada grande peso se torna leve. E isto não nos deve surpreender porque, vivendo na caridade, vive-se em Deus:

“Deus é amor; quem permanece no amor habita em Deus e Deus habita nele”.

Vivendo em Deus, por conseguinte, não se pode ter amargura alguma porque Deus é delícia, doçura e alegria infinita!

É esta a razão pela qual os amigos de Deus são sempre felizes! Mesmo se doentes, necessitados, aflitos, atribulados, perseguidos, nós estamos alegres.

Mesmo quando todas as línguas caluniosas nos metessem em má luz, não nos preocuparemos, mas nos alegraremos com tudo porque vivemos em Deus, nosso repouso, e saboreamos o leite do seu amor. Como a criança suga o leite do seio da mãe assim nós, inamorados de Deus, atingimos o amor de Jesus Crucificado, seguindo sempre as suas pegadas e caminhando com ele pelo caminho das humilhações, das penas e das injúrias.

Não procuramos a alegria se não em Jesus e fugimos de toda a glória que não seja aquela da cruz.

Abraça, portanto, Jesus Crucificado elevando a ele o olhar do teu desejo! Toma em consideração o seu amor ardente por ti, que levou Jesus a derramar sangue de todas as partes do seu corpo!

Abraça Jesus Crucificado, amante e amado e nele encontrarás a verdadeira vida, porque ele é Deus que se fez homem. Que o teu coração e a tua alma ardam pelo fogo do amor do qual foi coberto Jesus cravado na cruz!

Tu deves, portanto, tornar-te amor, olhando para o amor de Deus, que tanto te amou, não porque te devesse obrigação alguma, mas por um puro dom, impelido somente pelo seu inefável amor.

Não terás outro desejo para além daquele de seguir Jesus! E, como que inebriada do Amor, não farás caso se te encontras só ou acompanhada: não te preocuparás com tantas coisas mas somente de encontrar Jesus e segui-lo!

Corre, Bartolomea, e não estejas a dormir, porque o tempo corre e não espera nem um momento!

Permanece no doce amor de Deus.

Doce Jesus, amor Jesus.”

O DIALOGO



“A IMAGEM DIVINA”
Oh alta e eterna Divindade, incompreensível e inestimável Amor!
Dizes, Pai Eterno, que o homem que se olha a si mesmo Te encontra dentro dele, uma vez que foi criado à tua imagem e semelhança. Tem memória, para se recordar de Ti e dos teus benefícios, participando desta forma no teu poder; tem entendimento, para conhecer-te e conhecer a tua vontade, participando da sabedoria do teu Filho Unigénito, Nosso Senhor Jesus Cristo; e tem a vontade, para amar-te, participando da clemência do Espírito Santo. Assim, não só criastes o homem à tua imagem e semelhança, como também há em Ti semelhança com o que ele é, e deste modo estás nele e ele em Ti.
Não te conheci em mim, Deus; nem a mim em Ti, Deus Eterno. Esta é a ignorância dos néscios que Te ofendem, porque se compreendessem não poderiam menos que amar a Deus. Esta ignorância procede da privação da luz da graça, e a privação provém do amor próprio sensitivo. Tal é a semelhança entre um e outro, que quando não se amam se apartam da sua própria natureza.
Santa Catarina de Sena

Santa Catarina de Sena



“Ó bom Deus, eu queria, que a cada momento, e sem cessar, milhares de coros de anjos te louvassem e adorassem... Queria ter tantos corações quantas estrelas há no céu, quantas folhas há nas árvores, quantas gotas d’água há nos mares do mundo, a fim de amar-te sem cessar...”Santa Catarina de Sena

Santa Catarina nasceu em Sena, Itália, em 25 de março de 1347. Era a mais moça de vinte ou mais irmãos. Catarina desde pequena tinha visões e fazia penitências e austeridades, contra uma severa oposição familiar. Aos sete anos consagrou sua virgindade a Cristo e com apenas 16 anos tomou o hábito da Terceira Ordem Dominicana. Sempre sofria de doenças e praticamente não se alimentava, à exceção do Santíssimo Sacramento.

Santa Catarina tinha um grupo de seguidores que a acompanhava em suas inúmeras viagens. Foi responsável por várias conversões. Ela não sabia escrever, mas ditou mais de 350 cartas e o livro Diálogos, que trata da vida espiritual do homem em forma de uma série de colóquios entre o Pai Eterno e a alma humana (representada pela própria Santa Catarina).

Os últimos anos de sua vida foram dedicados a questões políticas da Igreja. Nesta época, o Papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas. Santa Catarina juntou-se às pessoas que clamavam pela volta do Papa Gregório XI a Roma. Em 17 de janeiro de 1377, o dia em que o Papa partiu de volta para Roma por mar, Santa Catarina e seus seguidores iniciaram o mesmo trajeto por terra.

Em 1378, após a morte de Gregório XI, Urbano VI é eleito Papa em Roma, e um rival é posto em Avignon. Santa Catarina tenta, com suas cartas, o reconhecimento da legitimidade do Papa Urbano VI por parte de governantes e cardeais europeus. O Papa convida-a a Roma para ajudá-lo nesta causa, e ela vai. Em 1380, sofre um derrame e morre dias depois, em 29 de abril. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva, próximo ao de Fra Angelico.

Um de seus seguidores e seu confessor, Fra Raimundo de Cápua, posteriormente Mestre da Ordem Dominicana, escreveu a biografia de Santa Catarina, que influenciou seu processo de canonização, levado a efeito em 1461 pelo Papa Pio II. Foi declarada Doutora de Igreja em 1970.

"Deus não deu a ninguém todas as qualidades e não deixou ninguém sem qualidade nenhuma. Dessa forma, precisamos uns dos outros".
S. Catarina de Sena


"Oh inestimável Amor! Tu nos iluminas com a tua sabedoria para que nos possamos conhecer a nós mesmos, conhecer a tua verdade e os enganos subtís do demónio.

Com o fogo do teu amor acendes os nossos corações com o desejo de te amar e de te seguir na verdade.

Só tu és o Amor, somente digno de ser amado!" (de Santa Catarina de Sena)

Jesus

"Assim como as moscas não se demoram sobre um pote deixado a ferver, assim tambem o Demónio e as tentações não podem preserverar numa alma de oração"

Santa Catarina de Siena

quinta-feira, 23 de julho de 2009

MARIA, Mãe de Misericórdia


Grandeza e força dessa maternidade

Mãe de misericórdia é um dos maiores títulos de Maria. Nós nos damos conta se consideramos a diferença da misericórdia, que é uma virtude da vontade, e a piedade sensível, que não passa de uma louvável inclinação da sensibilidade. Essa piedade sensível, que não existe em Deus, já que é um espírito puro, nos leva a nos compadecer dos sofrimentos do próximo, como se nós o sentíssemos em nós mesmos e de fato eles podem nos atingir. È uma louvável inclinação, mas é geralmente tímida, está acompanhada do temor do mal que nos ameaça também, e é muitas vezes incapaz de trazer um socorro efetivo.

Ao contrário, a misericórdia é uma virtude que se acha, não na sensibilidade, mas na vontade espiritual; e como nota santo Tomas, se a piedade sensível se encontra sobretudo entres os seres fracos e tímidos que se sentem logo ameaçados pelo mal que vêem no próximo, a virtude da misericórdia é própria dos seres fortes e bons, capazes realmente de prestar socorro. Por isso se encontra sobretudo em Deus, e como diz a oração do Missal, é uma das maiores manifestações de seu poder e de sua bondade. Santo Agostinho observa que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal do que criar alguma coisa do nada; é maior converter um pecador lhe dando a vida da graça, do que criar do nada todo o universo físico, o céu e a terra.

Maria participa eminentemente dessa perfeição divina, e nela a misericórdia se une a piedade sensível que lhe é perfeitamente subordinada e que a torna mais acessível a nós pois só atingimos as coisas espirituais pelas coisas sensíveis.

A Santa Virgem é Mãe de misericórdia, porque é a Mãe da divina graça. Mater divinae gratiae, e esse título lhe convém porque é Mãe de Deus, autor da graça, Mãe do Redentor, e está associada mais intimamente do que ninguém ao Calvário, à obra da redenção.

Como Mãe de misericórdia, nos lembra que se Deus é o Ser, a Verdade e a Sabedoria, é também a Bondade e o Amor, e que sua Misericórdia infinita que é a difusão de sua Bondade, deriva de seu Amor antes da justiça vingadora, que proclama os direitos imprescritíveis do Soberano Bem de ser amado acima de tudo. É o que leva o apóstolo Tiago a dizer (cap 2,13): “A misericórdia se eleva acima da justiça”.

Maria nos faz compreender que a misericórdia, longe se ser contrária a justiça, como a injustiça, se une a justiça ultrapassando-a sobretudo no perdão, pois perdoar é dar acima do que é devido, perdoando uma ofensa.

Percebemos então que toda obra de justiça divina supõe uma obra de misericórdia ou de bondade inteiramente gratuita. Se, com efeito, Deus deve alguma coisa a criatura, é em virtude de um dom precedente puramente gratuito; se ele deve recompensar nossos méritos, é porque, antes, ele nos deu a graça para merecer; se ele pune, é depois de nos ter dado um socorro para tornar realmente possível a realização de seus preceitos, pois ele não manda nunca o impossível.

A Santíssima Virgem nos faz compreender que Deus por pura misericórdia nos dá muitas vezes alem do necessário do que seria de justiça nos conceder; nos mostra que ele nos dá muitas vezes alem dos nossos mérito, como por exemplo, a graça da comunhão que não é merecida.

Ela nos faz perceber que a misericórdia se une a justiça nas penas dessa vida, que são como um remédio para nos curar, nos corrigir se nos trazer de volta para o bem.

Enfim nos faz compreender que muitas vezes a misericórdia compensa as desigualdades das condições naturais pela graças concedidas, como dizem as bem-aventuranças evangélicas, aos pobres, aos que são mansos, aos que choram, aos que têm fome de justiça, aos misericordiosos, aos que têm o coração puro, aos pacíficos e aos que sofrem perseguições pela justiça.
Principais manifestações de sua misericórdia

Maria se mostra como Mãe de misericórdia no que diz respeito à “saúde os enfermos, refugio dos pecadores, consoladora dos aflitos, socorro dos cristãos”. Essa gradação exprimida na ladainha, e muito bonita; Mostra que Maria exerce a misericórdia em relação aqueles que sofrem em seus corpos para curar a alma, e que em seguida os consola nas aflições e os fortifica no meio das dificuldade que têm para superar. Nada nas criaturas é ao mesmo tempo mais elevado e mais acessível a todos, mais prático e mais doce para nos reerguer.

SOCORRO DOS CRISTÃOS


Maria é o socorro dos cristãos porque o socorro é o efeito do amor e Maria é a plenitude da consumação da caridade, que ultrapassa a de todos os santos e anjos reunidos.

Ela ama as almas resgatadas por seu Filho mais do que se poderia dizer, ela as assiste em sua penas e as ajuda na prática de todas as virtudes.

Daí a exortação de são Bernardo em seu segundo sermão sobre o Missus est: “Se o vento da tentação se levanta contra ti, se a torrente das tribulações procura levar te, olhai a estrela, invocai Maria. Se as ondas do orgulho e da ambição, da maledicência e do ciúme te sacodem para tragar te em seus turbilhões, olhai a estrela, invocai a Mãe de Deus. Se a cólera, a avareza ou os furores da concupiscência zombam do frágil navio de teu espírito e ameaçam quebrá-lo, voltai teu olhar para Maria. Que a sua lembrança não se afaste jamais de teu coração e que seu nome se encontre sempre em tua boca...Mas para aproveitar do benefício de sua prece, não esqueça que deves andar sobre suas pegadas.”

Ela sempre foi o socorro não só das almas individuais, como dos povos cristãos.Pelo testemunho de Baronius, Narses, o chefe dos exércitos do imperador Justiniano, com a ajuda da Mãe de Deus, livrou a Itália, em 553, de se subjugar aos Gotos de Totila. Segundo o mesmo testemunho, em 718, a cidade de Constantinopla foi livrada dos Sarracenos, que em diversas ocasiões semelhantes foram derrotados pelo socorro de Maria.

Ainda no século XIII, Simão, conde de Monfort, abateu perto de Toulouse um considerável exército de albigenses enquanto que são Domingos rezava para a Mãe de Deus.

A cidade de Dijon foi da mesma forma, miraculosamente libertada.

Em 1571, a 7 de outubro, em Lepanto, na entrada do golfo de Corinto, com o socorro de Maria obtido pelo Rosário, uma frota turca bem mais numerosa e mais poderosa do que a dos cristãos foi completamente destruída.

O título de Nossa Senhora das Vitórias nos lembra que muitas vezes nos campos de batalha sua intervenção foi decisiva para livrar os povos cristãos oprimidos.

Nas ladainhas de Loreto, essas quatro invocações: saúde os enfermos, refugio dos pecadores, consoladora dos aflitos, socorro dos cristãos lembram incessantemente aos fieis que Maria é a Mãe da divina graça, e por isso Mãe de misericórdia.

A Igreja canta que ela é também nossa esperança: “Salve Regina, Mater misericordiae, vita, dulcedo et spes nostra, salve.” Maria é nossa esperança, na medida do que mereceu com seu Filho e por ele o socorro de Deus, que nos adquire por sua interseção sempre atual e que nos transmite. É, assim, a expressão viva e o instrumento da Misericórdia auxiliadora que é o motivo formal de nossa esperança. A confiança ou a esperança apoiada a uma “certeza de tendência para a salvação”que não cessa de aumentar, e que deriva de nossa fé na bondade de Deus todo poderoso, pronto para socorrer, na fidelidade de suas promessas; donde nos santos, o sentimento quase sempre atual de sua Paternidade que incessantemente vela por nós. A influência de Maria, sem ruído de palavras, nos incita progressivamente a essa confiança perfeita nos manifestando cada vez melhor o motivo.

A Santíssima Virgem é mesmo chamada “Mater sanctae laeticiae” e “causa nostrae laetitiae”causa de nossa alegria. Ela obtém para as almas mais generosas esse tesouro escondido que é a alegria espiritual no meio dos próprios sofrimentos. Ela lhes obtém de vez em quanto levar suas cruzes com alegria seguindo o Senhor Jesus; ela as incita no amor a cruz, e sem faze-las sentir sempre essa alegria, lhes proporciona comunica-la aos outros.

CONSOLADORA DOS AFLITOS


Maria foi consoladora dos aflitos, desde sua vida terrestre. Em relação a Jesus, sobretudo no Calvário. Depois da Ascensão, em relação aos apóstolos, no meio das imensas dificuldades que encontraram para a conversão do mundo pagão, Maria lhes obtinha de Deus o espírito de força e uma santa alegria no sofrimento. Durante a lapidação de santo Estevão, primeiro mártir, ela devia assisti-lo espiritualmente por suas preces. Tirava os infelizes de seu abatimento, lhes obtinha a paciência para sofrer a perseguição. Vendo tudo o que ameaçava a igreja nascente, resistia firme, guardando um rosto sereno, expressão da tranqüilidade de sua alma, de sua confiança em Deus. A tristeza nunca tomava conta de seu coração. O que conhecemos da força de seu amor a Deus faz pensar, dizem os autores piedosos, que ela permanecia alegre nas aflições, que não se lamentava na indigência e na privação, que as injurias não podiam embaciar as graças de sua mansidão.Somente por seu exemplo confortava muitos infelizes acabrunhados de tristeza. Suscitou muitos santos que foram como ela, consoladores dos aflitos, tais como santa Genoveva, santa Isabel, santa Catarina de Sena, santa Germana de Pibrac.

O Espírito Santo é chamado consolador sobre tudo porque nos faz verter lágrimas de contrição que lavam nossos pecados e nos restitui a alegria da reconciliação com Deus. Pela mesma razão, a Santa Virgem é a consoladora dos aflitos, fazendo-os chorar santamente suas faltas.

Não somente ela consola os pobres com o exemplo de sua pobreza e com seu socorro, mas está particularmente atenta a nossa pobreza escondida, compreende a privação secreta do coração e nela nos assiste. Maria tem a inteligência de todas as nossas necessidades e dá o alimento do corpo e da alma aos indigentes que a ela imploram.

Quantos cristãos não consolou nas perseguições, quantos possessos ou almas tentadas livrou, quantos náufragos não salvou da angustia; quantos moribundos assistiu e fortificou lhes lembrando os méritos infinitos de seu Filho.

Ela vai também adiante da almas depois da morte. São João Damasceno diz em seu sermão sobre a Assunção: “Não foi a morte, ó Maria, que a tornou bem-aventurada, fostes vós que a embelezou e a tornou graciosa, desembaraçando-a do que tinha de lúgubre.”

Ela ameniza os rigores do purgatório e providencia para os que sofrem as orações dos fieis a quem inspira para mandarem celebrar missas pelos defuntos.

Enfim, como consoladora dos aflitos, Maria, soberana sem restrições, faz sentir de certo modo sua misericórdia até no inferno.Santo Tomas diz que os condenados são punidos menos do que merecem,”puniuntur citra condignum", pois a misericórdia divina se une sempre à justiça mesmo em seus rigores. E esse alívio provem dos méritos do Salvador e os de sua santa Mãe. Segundo santo Odilon de Cluny, no dia da Assunção o inferno é menos penoso do que nos outros dias.

Consoladora dos aflitos, ela o é no curso dos séculos nas formas mais variadas segundo a extensão do conhecimento que tem da aflição das almas humanas em seus estados da vida.

REFÚGIO DOS PECADORES


Refugio dos pecadores

Maria é o refugio dos pecadores porque é a mãe dos pecadores e é santíssima. Justamente porque detesta o pecado que assola as almas, longe de abominar os próprios pecadores, os acolhe, os convida ao arrependimento. Livra-os das cadeias dos maus hábitos pelo poder de sua intercessão. Obtém sua reconciliação com Deus, pelos méritos de seu Filho lembrando-os em favor dos pecadores.

Em seguida protege os pecadores convertidos dos demônios, contra tudo que pode leva-los a recaída. Exorta-os a penitência e faz-lhes encontrar a doçura.

É a ela, depois de Nosso Senhor, que todos os pecadores que se salvam devem sua salvação. Ela já converteu inúmeros deles principalmente nos lugares de peregrinação, em Lourdes onde ela disse: “Rezai e façam penitência”; e mais recentemente em Fátima, em Portugal, onde o número de conversões, desde 1917, é incalculável.

Muitos criminosos no momento do último suplício lhe devem a conversão in extremis.

Suscitou as ordens religiosa votadas à oração, à penitência e ao apostolado para a conversão dos pecadores, as ordens de são Domingos, de são Francisco, dos Redentoristas, dos Passionistas e muitas outras.

Quais são os pecadores que ela não protege? Apenas aqueles que desprezam a misericórdia de Deus e atraem sua maldição. Ela não é o refugio de quem persevera no mal, o blasfemo, o perjúrio, a magia, a luxúria, a inveja, a ingratidão, a avareza, o orgulho do espírito. Mas como Mãe de misericórdia, lhes envia de tempos em tempos graças de luz e de atração e se não resistem, serão conduzidos de graça em graça até a graça da conversão. Sugere para alguns por sua mãe que está morrendo que digam ao menos todos os dias uma Ave Maria; muitos sem mudar suas vidas, disseram essa prece que exprimia neles uma fraca veleidade de conversão, e chegado o último momento foram recolhidos a um hospital onde lhes perguntaram se quereria ver um padre para receber a absolvição; recebem-na como os operários da última hora chamados e salvos por Maria. Depois de quase dois mil anos, Maria é, assim, o refugio dos pecadores.

SAÚDE DOS ENFERMOS



A Santíssima Virgem é a saúde dos enfermos pela suas inúmeras curas providenciais ou mesmo verdadeiramente milagrosas, obtidas por sua intercessão em tantos santuários da cristandade ao curso dos séculos e de nossos dias. O número incalculável dessas curas é tal que se pode dizer que Maria é um mar insondável de curas milagrosas . Mas ela só cura o corpo para trazer remédio as enfermidades da alma.

Cura principalmente as quatro feridas espirituais, que são as conseqüências do pecado original e de nossos pecados pessoais, feridas da concupiscência, imperfeições, ignorância e malícia.

Cura a concupiscência ou a cobiça que está na sensibilidade, amortecendo o ardor das paixões, quebrando os hábitos criminosos. Faz com que o homem comece a querer mais fortemente o bem para afastar os maus desejos e também fique insensível a embriagues das honras e o atrativo das riquezas. Assim ela cura “a concupiscência da carne e a dos olhos”.

Traz remédio às feridas das imperfeições que é a fraqueza em relação ao bem, a preguiça espiritual. Ela dá a vontade a constância para aplicar a virtude, e desprezar os atrativos do mundo para se lançar nos braços de Deus. Fortalece os que titubeiam, reergue os que caem.

Dissipa as trevas da ignorância, fornece os meios para abandonar o erro. Lembra as verdades religiosas, ao mesmo tempo, tão simples e tão profundas exprimidas no Pai Nosso. Com isso esclarece a inteligência e a eleva a Deus. Santo Alberto o Grande que dela recebera a luz para perseverar em sua vocação e superar as armadilhas do demônio, disse muitas vezes que ela nos preserva dos desvios que tira a retidão e a firmeza do julgamento, que nos cura da lassidão na procura da verdade, e que nos leva a um conhecimento saboroso das coisa divinas. Ele mesmo, em seu Mariale, fala de Maria com uma espontaneidade, uma admiração, um frescor, uma abundância que raramente se encontra em um homem de estudo.

Enfim ela cura a ferida espiritual da malicia, compelindo para Deus as vontades rebeldes, tanto com ternos avisos, como com repreensões severas. Por sua doçura detém os desatinos da cólera, por sua humildade abafa o orgulho e afasta as tentações do demônio. Inspira os homens para que renunciem a vingança e se reconciliem com seus irmãos, fazendo-os entrever a paz que se encontra na casa de Deus.
Em uma palavra, ela cura o homem das feridas do pecado original agravadas pelos nossos pecados pessoais.

Algumas vezes, essas curas espirituais são milagrosas por serem imediatas como aconteceu com o jovem Afonso Ratisbonne, israelita, muito afastado da fé católica, que por curiosidade visitava a igreja de Santo André delle Frate em Roma, e a quem a Santa Virgem apareceu como está representada na medalha milagrosa, com os raios de luz que saiam de suas mãos. Com bondade lhe fez sinal para que se ajoelhasse . Ele se ajoelhou, perdeu os sentidos e quando voltou a si, exprimiu o vivo desejo que sentia de receber o batismo o mais cedo possível. Mais tarde ele fundou com seu irmão que se convertera antes dele, os Padres de Sion e as Religiosas de Sion para rezarem, sofrerem e trabalharem pela conversão dos judeus, dizendo todos os dias na missa: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”.

É aí que Maria se mostra esplendidamente saúde dos enfermos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Frases de São João Maria Vianney sobre a Santissima Virgem Maria



A SANTÍSSIMA VIRGEM
São João Maria Vianney – o Cura d’Ars

"As Três Pessoas Divinas contemplam a Santíssima Virgem. Ela é sem mancha, está ornada de todas as virtudes que a tornam tão formosa e agradável à Trindade".

"Deus podia ter criado um mundo mais belo do que este que existe, mas não podia ter dado o ser a uma criatura mais perfeita que Maria".

"O Pai compraz-se em olhar o Coração da Santíssima Virgem como a obra-prima das suas mãos".

"Se um pai ou uma mãe muito ricos tivessem muitos filhos e todos eles viessem a morrer, restando apenas um, esse herdaria todos os bens. Pelo pecado original, todos os filhos de Adão morreram para a graça, e somente Maria, isenta do pecado, herdou as graças de inocência e favores que caberiam aos filhos de Adão, se eles tivessem permanecido em estado de inocência. Deus tornou Maria depositária das suas graças".

"Nesse período [antes do Natal], Jesus e Maria eram por assim dizer uma só pessoa. Jesus, nesses tempos felizes para Maria, só respirava pela boca dEla".

"Maria deseja tanto que sejamos felizes!".

"São Bernardo diz que converteu mais almas por meio da Ave-Maria que por meio de todos os seus sermões".

"A Ave-Maria é uma oração que jamais cansa".

"O meio mais seguro de conhecermos a vontade de Deus é rezarmos à nossa boa Mãe".

"Se o pecador invoca essa boa Mãe, Ela fá-lo entrar de algum modo pela janela".

"Se o inferno pudesse arrepender-se, Maria alcançaria essa graça".

"Maria! Não me abandoneis um só instante, permanecei sempre ao meu lado!".

"Tenho bebido tanto nessa fonte [no coração da Santíssima Virgem], que há muito tempo teria secado se não fosse inesgotável".

"Quando as nossas mãos tocam uma substância aromática, perfumam tudo o que tocam. Façamos passar as nossas orações pelas mãos da Santíssima Virgem. Ela as perfumará".

São João Maria Vianney-O Cura D'ars


“Não é o pecador que vem a Deus para lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o fez retornar.” (São João Maria Vianney)

Em pleno século XVIII em figuras originais, nasce um personagem marcante e profundamente influente, que marca os corações, não por sua capacidade intelectual ou pelo seu poder, mas pela sua simplicidade e devoção: João Maria Vianney.

Criado em uma família católica, sua fé é profundamente marcada pela Revolução Francesa, que alterou o quadro político-social da França. A causa da revolução estava no antigo sistema, uma monarquia absolutista. lnfluenciados pela as idéias do Iluminismo, o terceiro estado, assim descrito, formado pelos trabalhadores, camponeses e burguesia, tomam o poder, o Rei Luis XVI é morto sob a guilhotina e em 27 de novembro de 1790, a Assembléia Constituinte obriga todo o clero do país a prestar juramento na frente dos representantes do poder. Esses atos foram condenados por Roma. A maior parte dos padres recusa o juramento. Um grande número é massacrado ou deportado. A morte sob a guilhotina era a medida para todos aqueles que não aceitaram se curvar diante do poder. Nesse contesto de terror e medo nasce o pequeno João Maria Batista Vianney, em condições simples e rudes.

O jovem camponês, que nunca tinha freqüentado a escola, gostaria de se tornar padre. Com 20 anos ele começa seus primeiros estudos, mas como seminarista teve grandes dificuldades devido ao seu fraco grau de escolaridade. Mas a perseverança foi o ponto forte de sua vocação. Após muito esforço, em 23 de junho de 1815 ele é ordenado padre e, em 1818 e nomeado pároco da pequena Aldeia de Ars-em-Dombes, com 230 habitantes, a 40 km de Lyon.

“Uma alma pura tem todo o poder sobre o bom Deus, não é mais ela que faz a vontade de Deus, mas Deus que faz a sua.” (São João Maria Vianney)
A chegada em Ars é marcada por um fato que ainda hoje é relembrado. Em dificuldades para encontrar a pequena cidade perdida entre os campos, João Maria Vianney encontra um pequeno garoto, que lhe pergunta: “O senhor é o novo pároco de Ars?” O padre Vianney responde que sim e diz ao pequeno menino: “Se tu me mostrares o caminho a Ars, eu te mostrarei o caminho do Céu”. Predição, ou não, o certo é que o pequeno pastor Antonio Givre morreu alguns dias depois dela. Um monumento de bronze, na entrada de Ars, lembra esse primeiro encontro.

Ele exerceu seu ministério numa região bem pobre e humilde, foi enviando para Ars não por uma promoção, mas devido às suas dificuldades intelectuais, para que ele não colocasse em risco a fé de muitas pessoas. O padre Vianney acabou por transformar o lugarejo de Ars em uma aldeia menos atéia, com mais amor a Deus do que aos prazeres terrenos. Morreu aos 73 anos, no dia 04 de agosto de 1859. Durante 48 horas, cerca de 300 padres e uma incalculável multidão desfilaram diante do seu corpo, em prantos, para despedir do padre que era conhecido como o “Santo Cura D’Ars”, que significa Santo Padre de Ars. A Santa Madre Igreja o Proclamou “SANTO CURA D’ARS – PATRONO DOS VIGÁRIOS”, sendo posteriormente proclamado por Bento XVII, na promulgação do ano sacerdotal, Patrono e modelo de todos os sacerdotes.

Papa diz: O sacerdote tem a missão de ser um outro Cristo.




CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de junho de 2009 (ZENIT.org).- O sacerdócio não é meramente um “serviço” aos demais; o centro de uma vocação sacerdotal é a configuração da própria pessoa com Cristo, afirma Bento XVI.

O Papa dedicou a tradicional catequese de quarta-feira a aprofundar no significado do recém-inaugurado Ano Sacerdotal, com o qual se comemora o 150º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars.

“Este novo ano jubilar nos convida a olhar um pobre agricultor convertido em humilde pároco, que realizou seu serviço pastoral em um pequeno povoado”, explicou o Papa aos presentes.

“Por que um Ano Sacerdotal? Por que precisamente na recordação do santo cura d’Ars, que aparentemente não fez nada de extraordinário?”, perguntou.

Para Bento XVI, não é “casual” que o encerramento do Ano Paulino tenha coincidido com o começo do Ano Sacerdotal. Dois santos, Paulo e João Maria Vianney, que “se diferenciam muito pelos trajetos de vida que os caracterizaram”.

No entanto, “algo fundamental os une: sua total identificação com seu próprio ministério, sua comunhão com Cristo que fazia Paulo dizer: ‘Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim’. Já São João Maria Vianney gostava de repetir: ‘Se tivéssemos fé, veríamos Deus escondido no sacerdote como uma luz atrás do cristal, como o vinho mesclado com a água’”.

O Papa explicou que hoje é difícil viver o ministério sacerdotal “num mundo em que a visão comum da vida compreende cada vez menos o sagrado, em cujo lugar o ‘funcional’ converte-se na única categoria decisiva, a concepção católica do sacerdócio poderia correr o risco de perder sua consideração natural, inclusive dentro da consciência eclesial”.

“Não é casual que tanto nos ambientes teológicos como também na prática pastoral concreta e de formação do clero, contrastam-se, e inclusive se opõem, duas concepções diferentes do sacerdócio”, uma “social-funcional” e outra “sacramental-ontológica”.

A primeira “define a essência do sacerdócio com o conceito do ‘serviço’: o serviço à comunidade, na realização de um função…”, enquanto a outra “não nega o caráter de serviço do sacerdócio, mas que o vê ligado ao ser do ministro e considera que este ser está determinado por um dom concedido pelo Senhor através da mediação da Igreja, cujo nome é sacramento”.

Na realidade, esclareceu, “não se trata de duas concepções contrapostas, e a tensão que contudo existe entre elas deve-se resolver a partir de dentro”.

“O sacerdote é servo de Cristo, no sentido de que sua existência, configurada ontologicamente com Cristo, assume um caráter essencialmente relacional: ele está em Cristo, para Cristo e com Cristo ao serviço dos homens.”

“Precisamente porque pertence a Cristo, o sacerdote está radicalmente ao serviço dos homens: é ministro de sua salvação, de sua felicidade, de sua autêntica libertação”, assinalou o Papa.

A respeito do “ministério da palavra” próprio dos sacerdotes, esclareceu que “a pregação cristã não proclama “palavras”, mas a Palavra, e o anúncio coincide com a própria pessoa de Cristo, ontologicamente aberta à relação com o Pai e obediente a sua vontade”.

“Um autêntico serviço à Palavra requer por parte do sacerdote que tenda a uma abnegação profunda de si mesmo”, acrescentou. “O presbítero não pode considerar-se ‘amo’ da palavra, mas servo”.

Isso “não constitui para o sacerdote um mero aspecto funcional. Ao contrário, pressupõe um substancial “perder-se” em Cristo, participando em seu ministério de morte e de ressurreição com todo o próprio eu: inteligência, liberdade, vontade e oferecimento dos próprios corpos, como sacrifício vivo”, afirmou.

O Papa expressou seu desejo de que o Ano Sacerdotal favoreça “o fortalecimento de cada presbítero até a perfeição espiritual da qual depende sobretudo a eficácia de seu ministério”.

Trata-se de “ajudar os sacerdotes e, com eles, todo o Povo de Deus, a redescobrir e revigorar a consciência do extraordinário e indispensável dom da Graça que o ministério ordinário representa para quem o recebeu, para toda Igreja e para o mundo, que, sem a presença real de Cristo, estaria perdido”.

Ano Sacerdotal: "O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus"







«O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»: costumava dizer o Santo Cura d’Ars. [2] Esta tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar as suas fadigas apostólicas, o seu serviço incansável e escondido, a sua caridade tendencialmente universal? E que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de «amigos de Cristo», por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados?

Bento XVI

(Carta para a proclamação de um Ano Sacerdotal por ocasião do 150.º Aniversário
do Dies Natalis do Santo Cura d’Ars)

Papa Bento XVI diz que o sacerdote é "um mistério de graça e de misericórdia".



Maturidade humana, qualidades espirituais, zelo apostólico, rigor intelectual: são estas, segundo o Papa, as aptidões que se requerem aos futuros padres. Recebendo a comunidade do Seminário Francês, Bento XVI recordou a meritória atividade formativa desenvolvida, desde a origem desta instituição, pela Congregação do Espírito Santo (Espiritanos), acompanhando cerca de cinco mil seminaristas ou padres jovens, ao longo de um século e meio, tarefa agora transmitida à Conferência Episcopal Francesa.
O Santo Padre sublinhou que mantém toda a sua força e validade o carisma da Congregação fundada pelo venerável padre Liberman, nomeadamente nas missões africanas e fez votos de que o Senhor abençoe a Congregação e as suas missões. Detendo-se depois na exigente missão de formar novos padres, observou Bento XVI:

“A tarefa de formar padres é uma missão delicada. A formação proposta no seminário é exigente porque é uma porção do povo de Deus que será confiada à solicitude pastoral dos futuros padres, este povo que Cristo salvou e pelo qual deu a sua vida”.

Para maturarem as diversas qualidades que se requerem num padre, os candidatos precisam de as poder testemunhar antes de mais nos seus formadores:

“É uma lei da nossa humanidade e da nossa fé que geralmente não sejamos capazes de dar senão aquilo que recebemos anteriormente de Deus através as mediações eclesiais e humanas por Ele instituídas. Quem recebe o cargo do discernimento e da formação deve recordar-se que a esperança que tem para os outros é antes de mais um dever para si mesmo”.

O Ano do Sacerdócio oferece “a possibilidade de perscrutar mais profundamente a identidade do padre, mistério de graça e de misericórdia” – sublinhou Bento XVI, citando o cardeal Suhard, que dizia a propósito dos ministros de Cristo:

“Eterno paradoxo do padre. Leva em si os contrários. Concilia, à custa da sua vida, fidelidade a Deus e fidelidade ao homem. Tem um ar pobre, sem forças… Não dispõe de meios políticos nem de recursos financeiros, nem da força das armas de que outros se servem para conquistar a terra. Para o padre, a sua força é a de ser desarmado e de tudo poder naquele que o fortifica”.

Recordando, a concluir, que a particularidade do Seminário Francês é o facto de se encontrar “na cidade de Pedro”, Bento XVI fez votos de que “no decurso da sua estadia em Roma os seminaristas possam familiarizar-se de modo privilegiado com a história da Igreja, descobrir as dimensões da sua catolicidade e a sua unidade viva à volta do sucessor de Pedro, de modo que o amor da Igreja se fixe para sempre no seu coração de pastor”.