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terça-feira, 28 de junho de 2011

Explicação da Oração da Ave Maria



(Segundo orientação do Catecismo da Igreja Católica) 


Ao longo da história da Igreja, o Povo de Deus, lembrado das palavras de Maria: "Todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada porque fez em mim grandes coisas o Poderoso" (Lc 1, 48) e refletindo na grandeza de Nossa Senhora pela sua cooperação no plano da salvação, foi como que enriquecendo o seu manto com títulos, que demonstram a confiança, o amor dos filhos para com a Mãe.



 
Na criação do mundo, a primeira mulher, Eva, atrapalhou o plano Divino original, e trouxe a desordem para a natureza, que até hoje lembramos como pecado original. Naquele tempo, porém "Deus mostrou misericórdia a nossos pais" (Lc 1, 72), prometendo enviar outra mulher, Maria de Nazaré, para restaurar e salvar o mundo por seu filho, Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, único, capaz para reconciliar-nos com Deus Pai e Nosso Criador.


Essa criatura amada e pensada pela Divina Providência é Maria, cheia de graça, como o Anjo Gabriel lhe disse naquele tempo:



"Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Maria respondeu com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim de acordo com o que você me falou" (Lc 1, 26-38).




Esse SIM, humilde e generoso, mudou a história da humanidade, contribuindo em grau eminente na salvação da humanidade, caído pela rebelhão de Adão e Eva, e elevado pela Maria Santíssima e seu Filho Jesus, Salvador.




"Ave, Maria (alegra-te, Maria).

" A saudação do anjo Gabriel abre a oração da Ave-Maria. E o próprio Deus que, por intermédio de seu anjo, saúda Maria. Nossa oração ousa retomar a saudação de Maria com o olhar que Deus lançou sobre sua humilde serva , alegrando-nos com a mesma alegria que Deus encontra nela .



Cheia de graça, o Senhor é convosco."

"Cheia de graça, o Senhor é convosco." As duas palavras de saudação do anjo se esclarecem mutuamente. Maria é cheia de graça porque o Senhor está com ela. A graça com que ela é cumulada é a presença daquele que é a fonte de toda graça. "Alegra-te, filha de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti" (Sf 3,14.17a). Maria, em quem vem habitar o próprio Senhor, é em pessoa a filha de Sião, a Arca da Aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: ela é "a morada de Deus entre os homens" (Ap 21,3). "Cheia de graça", e toda dedicada àquele que nela vem habitar e que ela vai dar ao mundo.
"Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus."
 
Depois da saudação do anjo, tornamos nossa a palavra de Isabel. "Repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41), Isabel é a primeira na longa série das gerações que declaram Maria bem-aventurada': "Feliz aquela que creu..." (Lc 1,45): Maria é "bendita entre as mulheres" porque acreditou na realização da palavra do Senhor. Abraão, por sua fé, se tomou uma bênção para "todas as nações da terra" (Gn 12,3). Por sua fé, Maria se tomou a mãe dos que crêem, porque, graças a ela, todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria bênção de Deus: "Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus".
 "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós..."

Com Isabel também nós nos admiramos: "Donde me vem que a mãe de meu Senhor me visite?" (Lc 1,43). Porque nos dá Jesus, seu filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: "Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: "Seja feita a vossa vontade".
"Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte."

Pedindo a Maria que reze por nós, reconhecemo-nos como pobres pecadores e nos dirigimos à "Mãe de misericórdia", à Toda Santa. Entregamo-nos a ela "agora", no hoje de nossas vidas. E nossa confiança aumenta para desde já entregar em suas mãos "a hora de nossa morte". Que ela esteja então presente, como na morte na Cruz de seu Filho, e que na hora de nossa passagem ela nos acolha como nossa Mãe , para nos conduzir a seu Filho, Jesus, no Paraíso.

 A piedade medieval do Ocidente desenvolveu a oração do Rosário como alternativa popular à Oração das Horas. No Oriente, a forma litânica da oração "Acatisto" e da Paráclise ficou mais próxima do ofício coral nas Igrejas bizantinas, ao passo que as tradições armênia, copta e siríaca preferiram os hinos e os cânticos populares à Mãe de Deus. Mas na Ave-Maria, nos "theotokia", nos hinos de Sto. Efrém ou de S. Gregório de Narek, a tradição da oração é fundamentalmente a mesma.
 Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano do Pai, que envia seu Filho para salvar todos os homens. Como o discípulo bem-amado, acolhemos em nossa casa a Mãe de Jesus, que se tornou a mãe de todos os vivos. Podemos rezar com ela e a ela. A oração da Igreja é acompanhada pela oração de Maria, que lhe está unida na esperança.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Os demônios temem o beato João Paulo II




O Pe. Gabriele Amorth, sacerdote exorcista da diocese de Roma (Itália) e um dos mais conhecidos e experientes sobre o assunto, assinalou à uma agência de notícia que agora o Beato João Paulo II tem se mostrado, nos últimos anos, um poderoso intercessor na luta contra o demônio.

O Pe. Amorth tem 86 anos de idade e realizou em torno de 70.000 exorcismos em sua experiência. A primeira coisa que salientou em sua colocaçao à agencia foi que: “O mundo deve saber que Satanás existe”.

Em seu pequeno e singelo escritório na zona sudeste de Roma onde realizou a grande maioria de seus exorcismos, o sacerdote contou que por vezes invoca a ajuda de Santos homens e mulheres na luta contra o demônio em seus exorcismos, entre os quais destaca João Paulo II, beatificado pelo Papa Bento XVI em 1º de Maio de 2011 em Roma perante um milhão e meio de fiéis.



Durante os exorcismos, contou o sacerdote: “Perguntei ao demônio mais de uma vez: ‘Por que João Paulo II te dá tanto medo?’ E tive duas respostas distintas, ambas interessantes”.
A primeira foi: ‘Porque ele desarmou meus planos. E acredito que com isso se refere à queda do comunismo na Rússia e na Europa do Leste. O colapso do comunismo”.

A segunda resposta que o demônio me deu foi: ‘Porque arrebatou a muitos jovens de minhas mãos’.
Há muitos jovens que, graças a João Paulo II, converteram-se. Talvez alguns já eram cristãos mas não praticantes, e logo com João Paulo II voltaram para a prática”.




Ao ser perguntado sobre qual seria o intercessor mais efetivo de todos nos momentos dos exorcismos, o Pe. Amorth respondeu sem duvidar: “É obvio que a Virgem Maria é a mais efetiva. E quando é invocada como Maria!”

E o Pe. Amorth ainda diz: “Uma vez perguntei a Satanás: ‘Mas por que te assusta mais quando invoco a Nossa Senhora que quando invoco a Jesus Cristo?’ E Satanás me respondeu: ‘Porque me humilha mais ser derrotado por uma criatura humana que ser derrotado por Ele’”.
O Pe. Amorth ainda ressalta a importancia da oração de intercessãode de nós homens, que ainda estamos vivos; e diz que a oração é um dos principais elementos no combate contra Satanas, junto da Fé e do Jejum, e que a bíblia muitas vezes nos mostra que as curas acontecem unicamente por causa da fé das pessoas, e frisa que: “Sem Fé não se pode fazer nada!”

O sacerdote membro da Sociedade de São Paulo explicou logo à agencia ACI Prensa que: “O diabo e os demônios são muitos e têm dois poderes: os ordinários e os extraordinários:



O poder ordinário é a capacidade de tentar o homem para distanciá-lo de Deus e levá-lo ao inferno. Esta ação se realiza contra todos os homens e as mulheres de todo lugar e religião.

Sobre os poderes extraordinários, o Pe. Amorth indicou que estes se concentram em uma pessoa específica e existem quatro tipos:

A Possessão demoníaca: para a qual se requer um exorcismo;

A Vexação demoníaca: como o que sofreu em reiteradas ocasiões o Santo Padre Pio de Pietrelcina que era golpeado fisicamente pelo demônio;

As Obsessões demoníacas: que levam a pessoa ao desespero;

A Infestação demoníaca: que é quando o demônio ocupa um espaço, um animal ou inclusive um objeto”.
O sacerdote alertou que estes fatos são pouco freqüentes, mas estão em aumento. Também manifestou a sua preocupação por consequência do grande crescimento de jovens que são afetados por Satanás através das seitas, das sessões de espiritismo e as drogas; apesar disso diz que não se desalenta nesta luta: “Com Jesus Cristo e Maria, Deus nos prometeu que nunca permitirá tentações maiores que nossas forças”, assinalou.

Finalmente na entrevista o Pe. Amorth propôs uma breve guia a ser tomada em conta na luta contra Satanás:


“As tentações do demônio são vencidas sobretudo, evitando as ocasiões; porque o demônio sempre procura nossos pontos mais fracos,  logo com a oração nós os cristãos temos uma vantagem porque temos a Palavra de Deus, e por meio da Palavra e da oração podemos rezar ao Senhor.”

domingo, 26 de junho de 2011

EM SANTIDADE



Em santidade, em santidade, em santidade sobre a Terra eu devo andar
Em santidade, em santidade, em santidade, Tua graça posso alcançar
E romper com as trevas
Como posso eu querer que a bênção venha sobre minha casa?
Como posso esperar que meus sonhos e meus planos aconteçam?
Como irei compreender?
Se minha vida passa longe da verdade que eu ouvi
Se os meus passos, já não tocam os caminhos que aprendi
Meu argumento me empobrece e me faz pensar assim
Que estou tão certo e é perfeito, o meu jeito de servir
Digo que amo minha Igreja e o chamado que atendi
Mas já não ouço os conselhos e a Palavra que há em mim
Sonho que um dia a Boa Nova se espalhe até os confins
Mas sem santidade, sem fidelidade, toda obra ruma ao fim
Em santidade, em santidade, em santidade sobre a Terra eu devo andar
Em santidade, em santidade, em santidade, Tua graça posso alcançar
E romper com as trevas
Como posso eu querer que a bênção venha sobre minha casa?
Como posso esperar que meus sonhos e meus planos aconteçam?
Quando irei compreender?


terça-feira, 21 de junho de 2011

Hoje é dia de SÃO LUIZ GONZAGA , Patrono da Juventude

São Luís Gonzaga nasceu na Itália no dia 09 de março de 1568. Era filho de Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione e irmão do Duque de Mântua, príncipe do Sacro Império, sendo herdeiro do feudo soberano de Castiglione; seu pai gostaria que seu primogênito seguisse seus passos de soldado e comandante no exército imperial. 

Com apenas 5 anos de idade já marchava atrás do exército do pai, aprendendo o uso das armas com os rudes soldados. Recebeu educação esmerada e uma forte educação cristã por parte de mãe. Freqüentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana. 


Mas aquele menino daria fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes quando foi enviado a Florença na qualidade de pajem do grão-duque da Toscana, aos dez anos de idade.

Luís imprimiu em sua própria vida uma direção bem definida, voltando-se à perpétua virgindade. Em sua viagem para a Espanha, onde permaneceu por alguns anos como pajem do Infante Don Diego, filho de Filipe II, serviu-lhe para estudo da filosofia na universidade de Alcalá de Henares e a leitura de livros devotos.



Após ter recebido a primeira comunhão das mãos de São Carlos Borromeu, decidiu para surpresa de todos, pela vida religiosa, entrando para a Companhia de Jesus, derrubando por terra os interesses nele depositados pelo seu pai, tendo sido eternizado na fachada da Sé Nova de Coimbra com uma estátua em sua homenagem.

Luís tornou-se o modelo da pureza para todos os jovens, mesmo em meio às vaidades e tentações do seu tempo. Ele teve uma grande provação por parte do seu pai, que ao saber que desejava ser sacerdote, não só o desaconselhou, mas passou a levá-lo em festas mundanas, até que perguntou a Luís: "Ainda segue desejando ser sacerdote?" "É isto que penso noite e dia", respondeu o jovem e perseverante santo.




Renunciou ao título e à herança paterna e aos catorze anos entrou no noviciado romano da Companhia de Jesus, sob a direção de São Roberto Belarmino. Esquecendo totalmente sua origem de nobreza, escolheu para si as incumbências mais humildes.

São Luís Gonzaga escreveu: "Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fedidas".
Algo também que marcava a espiritualidade de Luís era a pergunta que fazia a si mesmo diante de algo importante a fazer: "De que serve isto para a Eternidade?"



São Luís Gonzaga teve de ir para Roma no ano de 1590 por motivos de estudo, mas ao deparar-se com as vítimas do contagioso tifo, compadeceu-se dos que sofriam e seu envolvimento foi tanto cuidando deles ao ponto de pegar a doença e morrer no dia 21 de junho de 1591 (data esta que hoje se comemora o seu dia) com apenas 23 anos, em nome da caridade e pureza.



São Luís Gonzaga é considerado padroeiro da juventude e dos estudantes, e seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma. São Luiz Gonzaga hoje é invocado pela juventude no mundo inteiro.

São Luiz Gonzaga, rogais por nós!


Oração à São Luiz Gonzaga
 
Ó glorioso S. Luiz, adornado pela Igreja com o belo título de Jovem angélico, pela vida puríssima, que no mundo vivestes, a vós recorro neste dia com o mais ardente afeto da alma e coração.
Ó modelo perfeito, ó benigno e poderoso Protetor, quanto preciso do vosso auxílio! Preparam-me insídias o mundo e o demônio, sinto a vehenancia das paixões, conheço a fraqueza e a inconstância da minha idade. Quem poderá defender-me, senão vós, ó angélico Santo, glória, honra e amparo dos jovens? 

A vós, pois, recorro com toda a minha alma, a vós com todo o meu coração me entrego.
Intento assim, prometo e quero ser vosso especial devoto e glorificar-vos por vossas sublimes virtudes e especialmente pela vossa angélica pureza; imitar os vossos exemplos, e promover a vossa devoção entre os meus companheiros.
Ó meu amável S. Luiz, guardai-me, defendei-me sempre sob a vossa proteção e seguindo os vossos exemplos, possa um dia ver e louvar a Deus convosco no paraíso por séculos sem fim. Amém

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A escolha de Jesus por Judas.





Jesus sabia que Judas o iria trair? Entre os numerosos discípulos que o seguiam, Jesus designou doze para serem os mais próximos, para partilharem e continuarem a sua missão. Não foi com ligeireza que instituiu este grupo de doze apóstolos, foi depois de ter rezado toda uma noite.


Mas, a dado momento, Jesus apercebeu-se de uma mudança de atitude em Judas, um dos doze. Jesus compreendeu que ele se afastava interiormente, e até que o ia «entregar», como dizem os evangelhos. Segundo o evangelho de João, já na Galileia, muito antes dos acontecimentos em Jerusalém que deviam levá-lo à cruz, Jesus compreendeu o que se passava (João 6,70-71). 


Por que razão não afastou Judas nessa altura e o conservou perto de si até ao fim?


Uma das palavras que Jesus utiliza para falar da criação do grupo dos doze apóstolos dá-nos uma pista: «Não vos escolhi eu a vós, os Doze?» (João 6,70; ver também João 13,18). 




O verbo escolher ou eleger é uma palavra-chave na história bíblica. Deus escolheu Abraão, escolheu Israel para fazer o seu povo. É assim a escolha de Deus que constitui o povo de Deus, o povo da aliança. O que torna a aliança inabalável é que Deus escolhe amar Abraão e os seus descendentes para sempre. O apóstolo Paulo comentará: «Os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Romanos 11,29).


Visto que Jesus escolheu os doze como Deus escolheu o seu povo, não podia mandar embora Judas, mesmo quando compreendeu que ele o ia trair. Sabia que o devia amar até ao fim, para atestar que a escolha de Deus era irrevogável. 




Os profetas, em particular Oseias e Jeremias, falaram em nome de um Deus magoado e humilhado pelas traições do seu povo, e que, contudo, não cessa de o amar com um amor de eternidade. Jesus não queria nem podia fazer menos: humilhado pela traição de um dos seus íntimos, não deixou de lhe demonstrar o seu amor. 






Ao baixar-se diante dos seus discípulos para lhes lavar os pés, fez-se o servidor de todos, também de Judas. E foi em particular a Judas que deu um bocado do pão partilhado: parcela de amor ardente que este levou consigo para a noite (João 13, 21.30).




Se queria ser fiel a seu Pai – ao Deus que escolhera Abraão e Israel, ao Deus dos profetas – Jesus tinha que conservar Judas perto de si até ao fim. Amava Judas mesmo quando este estava todo ele preso pelas trevas. «A luz brilhou nas trevas» (João 1,5). 








O evangelho diz que foi no momento em que deu o seu amor a Judas, no momento em que o ama sem nada ganhar com isso, que Jesus «foi glorificado» (João 13,31). Na mais opaca noite do ressentimento e do ódio, ele manifesta o brilho extraordinário do amor de Deus.

Por que razão são os evangelhos tão discretos sobre os motivos de Judas?

É espantoso que os primeiros cristãos não tenham escondido o fato de que um dos doze apóstolos entregou Jesus às autoridades hostis. Na verdade, este fato levanta uma dúvida sobre a pessoa do próprio Jesus: ter-se-ia enganado na escolha dos seus companheiros? 






Mas é igualmente espantoso que os evangelhos não digam praticamente nada sobre os motivos de Judas. Ficou decepcionado quando compreendeu que Jesus não era um Messias com um programa de libertação política? Pensou estar a agir no interesse do seu povo pondo fim à carreira de Jesus? Alguns supuseram que ele agia por amor ao dinheiro; outros que, ao contrário, agia por amor, para ajudar Jesus a dar a sua vida…




Sobre a razão do que Judas fez, só há nos evangelhos duas indicações. Uma é a evocação do diabo: foi ele que «meteu no coração de Judas a decisão de o entregar» (João 13,2). Mas isso só torna o enigma ainda mais impenetrável. O diabo, ou Satanás, é aquele que se opõe, ralha, calunia. 


Jesus apercebeu-se do ressentimento que nascera no coração de Judas e que estava enraizado de forma inabalável. Mas sobre o porquê, não há nem uma palavra, nem mesmo uma alusão.


A outra indicação é a referência às sagradas Escrituras. Sobre a traição de Judas, Jesus diz: «há-de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Salmo 41,10 citado em João 13,18). 




É preciso compreender bem qual é, nos evangelhos, o sentido desta referência às sagradas Escrituras. Elas não são um cenário que determinaria de antemão o papel de cada ator. Todos os leitores atentos das Sagradas Escrituras sabem bem como ela propõe escolhas e coloca cada um perante as suas responsabilidades




Citando o versículo do salmo, «Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Salmo 41,10), Jesus não afirma que Judas não podia agir de outra forma, mas que Deus permanece o ator principal no que está a acontecer. Há o drama da traição, e ao mesmo tempo é Deus que está a atuar. 


Pois, se o que Judas está a fazer cumpre a Escritura, é de uma forma misteriosa que o projeto de Deus se realiza, Deus cumpre a sua palavra (Isaías 55,10-11). 


A referência à Escritura permite acreditar em Deus mesmo na noite, mesmo quando o que acontece é incompreensível.Acreditar que Deus, mesmo quando traido, está no comando de tudo, não pelo seu poder, visto que Jesus fez-se servo, mas pelo seu infinito Amor, que permenece inalterado mesmo no pecado do homem para consigo.


Se o ressentimento e o ódio de Judas permanecem incompreensíveis, o amor de Jesus «até ao fim» ainda está mais para além de toda a compreensão. 


Os evangelhos são tão discretos quanto aos motivos de Judas porque não querem satisfazer a nossa curiosidade, mas sim conduzir-nos à fé. Eles não revelam o abismo de trevas do drama de Judas, mas revelam a insondável e incompreensível profundidade do amor de Deus.


Não desistindo de Judas até o fim, Jesus nos mostra o Amor e a escolha irrevogável que Deus tem por nós, mesmo em nossas infidelidades e pecados.


Até o fim Jesus esperou a volta de Judas...da mesma forma espera a minha e a sua volta, desejando que diferente de Judas, acolhamos seu Amor que somente quer nos amar...IRREVOGAVELMENTE!


Obrigado pela escolha irrevogável do Teu Amor, Senhor!

 

domingo, 19 de junho de 2011

Homilia do Santo Padre na Solenidade da Santíssima Trindade


Tradução: Nicole Melhado
Boletim da Santa Sé





É grande a minha alegria em poder dividir com vocês o pão da Palavra de Deus e da Eucaristia e poder dirigir-vos, caros Samarineses, a minha cordial saudação. Dirigi um especial pensamento aos Capitais Regente e as demais autoridades políticas e civis presentes nesta celebração eucarística; saúdo com afeto o vosso bispo, DomLuigi Negri, a quem agradeço as palavras a mim dirigidas, e com ele, todos os sacerdotes e fiéis da diocese de San Marino-Montefeltro; saúdo cada um de vocês e expresso-vos o meu vivo reconhecimento pela cordialidade e afeto com o qual vocês me acolheram.

Vim para dividir com vocês alegrias e esperanças, cansaços e empenhos, ideais e aspirações desta comunidade diocesana. Sei que também aqui não faltam dificuldades, problemas e preocupações. A todos quero assegurar minha proximidade e minhas recordações na oração, a qual uno o encorajamento a perseverar no testemunho dos valores humanos e cristãos, assim, profundamente enraizados na fé e na história deste território e de sua população, com a seu fé granita na qual falou sua excelência.



Celebramos hoje a festa da Santíssima Trindade: Deus Pai e Filho e Espírito Santo, Festa de Deus, do centro da nossa fé. Quando se pensa na Trindade, vem em mente o aspecto do mistério: são Três e são Um, um só Deus em três Pessoas. Na realidade, Deus não pode ser outro que um mistério para nós na sua grandeza e, todavia, Ele se revelou. Podemos conhecê-Lo no Seu Filho e, assim também, conhecer o Pai e o Espírito Santo.
A Liturgia de hoje, no entanto, leva nossa atenção não tanto sobre o mistério, mas sobre a realidade de amor que é contida neste primeiro e supremo mistério da nossa fé. O Pai, o Filho e o Espírito Santo como um, porque é amor e o amor é a força vivificante absoluta, a unidade criada do amor é reconhecimento; e o Espírito Santo é como o fruto deste amor recíproco entre o Pai e o Filho.

Os textos da Santa Missa de hoje falam de Deus e por isso falam de amor; não se fixa tanto sobre o mistério das três Pessoas, mas sobre o amor que neles constitui o sustento, a unidade e a trindade ao mesmo tempo.
O primeiro texto que escutamos é do Livro do Êxodo – sobre ele falei numa recente Catequese de quarta-feira – e é surpreendente que a revelação do amor de Deus venha depois de um grandíssimo pecado do povo. Apenas foi concluído o pacto de aliança feito no monte Sinai e o povo já deixa faltar a fé.


A ausência de Moisés se prolonga e logo o povo diz: “Mas onde está este Moisés, onde está o seu Deus?” e pede a Aarão para fazer a eles um deus que seja visível, acessível, manobrável, ao alcance do homem, em vez daques misterioso Deus invisível, longe. Aarão concorda e faz um beserro de ouro.
  
Descendo do Sinai, Moisés vê o que aconteceu e quebra as tábuas da aliança, que é já rombida, quebrada, duas pedras nas quais estavam escritos os Dez Mandamento, o conteúdo concreto do pacto com Deus. Todo parece perdido, toda a amizade, desde o ínicio, já está estraçalhada.


 
No entranto, no momento deste grandíssimo pecado do povo, Deus, por intercessão de Moisés, decide perdoar e convida Moisés a subir novamente ao monete para receber de novo a Sua lei, os Dez Mandamento e renovar o pacto.
 
Moisés pede então a Deus de revelar-se, de fazer visível o seu rosto. Mas Deus não mostra Sua face, revela por sua vez o seu ser pleno de bondade com estas palabras: “Javé, javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em fidelidade” (Ex 34, 6).
Está é a Face de Deus. Esta autodefinição de Deus manisfesta o seu amor misericordioso: um amor que vence o pecado, cobre-o, apaga-o. E podemos ser sempre seguros desta bondade que não nos deixa. Não pode haver revelação mais clara. Nós temos um Deus que renuncia destruir o pecador e que quer manisfestar o seu amor de maneira ainda mais profunda e surpreendente, justamente diante do pecador para oferecer a possibilidade da conversão e do perdão. 



O Evangelho completa esta revelação, que escutamos na primeira leitura, porque indica até que ponto Deus mostrou sua misericórdia. O evangelista João reflete esta expressão de Jesus: “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna” (3, 16)




No momento existe o mal, o egoísmo, a maldade e Deus poder vir para julgar este mundo, para destruir o mal, para castigar aqueles que operam nas trevas. Em vez, Ele mostra o amor ao mundo, amor pelo homem, no momento do seu pecado, e envia aquilo que há de mais precioso: O Seu Filho unigênito. E não só envia, mas faz dom ao mundo. Jesus é o Filho de Deus que nasceu por nós, que viveu por nós, que venceu o mal perdoando os pecados, acolhendo todos. Respondendo o amor que vem do Pai, o Filho deu sua própria vida por nós: sobre a cruz, o amor misterioso de Deus chega ao cume. E é sobre a cruz que o Filho de Deus nos concede a participação à vida eterna, que vem comunicada com o dom do Espírito Santo. 


Assim, no mistério da cruz, estão presentes as três Pessoas divinas: o Pai, que doa seu Filho unigênito para a salvação do mundo; o Filho, que compre até o fim o designo do Pai; o Espírito Santo – efuso de Jesus no momento da morte – que vem nos tornar participantes da vida divina., para transformar a nossa existência, porque é animado do amor divino.

Caros irmãos e irmãs! A fé no Deus Trinitário caracterizou também esta Igreja de San Marino-Montefeltro no curso de sua história antiga e gloriosa. A evangelização desta terra é santos escultores Marino e Leão, aos quais, na metade do século III depois de Cristo, teriam chegado em Rimini da Dalmácia.
 
Por suas santidades de vida seriam consagrados, um sacerdote e o outro diácono, pelo bispo Gaudenzio e por ele enviados ao interior, um ao monte Feretro, que depois recebeu o nome de San Leo, e outro ao monte Titano, que depois recebeu o nome de San Marino.
Deixando de lado as questões histórias – que não cabem a nós aprofundar – interessa afirmar como Marino e Leão levaram no contexto desta realidade local, com a fé no Deus revelado em Jesus Cristo, perspectivas e valores novos, determinando o nascimento de uma cultura e uma civilização centrada na pessoa humana, imagem de deus e por isso portadora de direitos presentes em cada legislação humana.
A variedade de diversas etnias – romanos, godos e lombardos – que entravam em contato entre eles, às vezes de maneira muito conflituiso, encontram no comum referimento à fé, um fator potente e edificação ética, cultural, social e, de qualquer modo, política. Era evidente aos olhos deles que não poderia se comprir um projeto de civilização até que todos os componentes do povo não fizessem parte de um comunidade cristã vivente e bem estruturada e edificada sobre a fé no Deus Trinitário.


 
Portanto, pode se dizer que a riqueza deste povo, a vossa riqueza, caros samarineses, foi e é a fé, e esta fé criou uma civilização realmente única. Junto à fé, ocorre depois recordar a absoluta fidelidade aos Bispo de Roma, a quela esta Igreja sempre olhou com devoção e afeto; como também a atenção demonstrada a grande tradição da Igreja oriental e a profunda devoção a Virgem Maria.
Vocês são justamente orgulhosos e gratos pelo quanto o Espírito Santo operou pelos séculos na vossa Igreja. Mas vocês sabem também que o melhor modo de apreciar um hereditariedade é cultivar e redeclarar. Na realidade, vocês são chamados a desenvolver este precioso depósito num dos momentos mais decisivos da história.
Hoje, a nossa missão é dever confrontar as profundas e rápidas transformações culturais, sociais, econômicas e políticas, que determinaram novas orientações e modificaram mentalidades, costumes e sensibilidade. Também aqui, de fato, como em outros lugares, não faltam dificuldades e obstáculos, devidos, sobretudo, aos modelos hedônicos que obscurecem a mente e ameaçam desfazer toda a moralidade.
Há a tentação de acreditar que a riqueza do homem não é a fé, mas o seu poder pessoal e social, sua inteligência, sua cultura e sua capacidade de manipulação científica, tecnológica e social da realidade.

Assim, também nesta terra, começou-se a substituir a fé e os valore cristão pelas riquezas, que, no fim, se revelam inconsistentes e incapazes de assegurar a grande promessa verdadeira, do bem, do belo e do justo que pelos séculos vossos antepassados indentificaram com a experiência da fé. Não esqueçam a crise que se agrava em não poucas famílias da difusa fragilidade psicológica e espiritual dos casais, como também a cansativa experiência de muitps educadores oferecer contínua formação aos jovens condicionados a muitas precariedades, primeiro entre todos aqueles do meio social e depois da possibilidade de trabalho.
Queridos amigos! Conheço bem o empenho de cada componente desta Igreja na promoção da vida cristã nos seus vários aspectos. Exorto a todos os fiéis que sejam como fermento no mundo, mostrem, seja em Montefeltro ou em San Marino, que os cristão estão presentes, pró-ativos e coerentes. Que os sacerdote, os religiosos e religiosas vivam sempre na mais cordial e afetiva comunhão eclesial ajudando e escutando o pastor diocesano. Também peço a vocês com urgência uma revitalização das vocações sacerdotais, em especial a consagração: faço um apelo às família e aos jovens para que abram a alma para um resposta pronta ao chamado de Deus.
Nunca se arrependerão de ser generosos com Deus! A vocês leigos, recomento o empenho ativo na comunidade, de modo que, além de seus deveres civis, políticos, sociais e culturais, possam encontrar tempo e disponibilidade para a vida da fé, a vida pastoral. 
Caros Samarineses! Permaneçam firmes fiéis ao patrimônio construído nos séculos pelo impulso dos vossos grandes padroeiros, Marino e Leão. Invoco a benção de Deus sobre o vosso caminho de hoje e de amanhã e recomento a todos “à graça do Senhor Jesus Cristo, ao amor de Deus e à comunhão do Espírito Santo”(2Cor 13,11). Amém!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fundamentos bíblicos sobre a veneração dos Corações de Jesus e Maria



Sobre a veneração de Jesus influíram, acima de tudo, dois pensamentos bíblicos: a acentuação do amor de Deus e a aprofundada reflexão sobre as chagas de Cristo, e em modo particular sobre a chaga do seu Coracao. A veneração do Coração de Maria surgiu sobretudo com a reflexão sobre as palavras do evangelista Lucas, que se referem ao Coração de Maria

Coracao de Jesus
 A revelação do amor divino


O Papa Pio XII, na sua encíclica “Haurietis aquas”, escreveu:
  • "A caridade divina para conosco – razão principal deste culto - exaltada tanto pelo Antigo como pelo Novo Testamento com imagens sumamente comovedoras’ (nº 13),
  • visto ‘que o amor divino é como o princípio e a culminância da encarnação e redenção" (nº 24).
O amor divino revelou-se de maneira mais profunda em Jesus Cristo.

O Papa João Paulo II numa de suas alocuções, pergunta:
  • “Acaso, este Coração não é daquele que andava de um lugar para o outro fazendo o bem? (Atos 10,38).
  • Acaso, não é este o Coração daquele que fez com que os cegos enxergassem, os coxos andassem, os mortos ressuscitassem, e que o evangelho fosse anunciado aos pobres? (Luc. 7,22).
  • Acaso, não é este o Coração de Jesus que não tinha onde reclinar a cabeça, quando as raposas tinham suas covas e os pássaros seus ninhos? (Mat. 8,20).
  • Acaso não é este o Coração que defendeu a mulher colhida em adultério, prestes para ser apedrejada e que depois lhe disse: ‘Vá e não peques mais’? (João 8,32,10)”.


O Catecismo da Igreja Católica, descreve o amor do Coração de Jesus nestes termos:
  • “Por ter Jesus aceito no seu Coração humano o amor do Pai para com os homens, amou-os até o fim (João 13,1),
  • pois ninguém tem maior amor do que aquele que da a sua própria vida por seus amigos. (João 15,13)
  • Desta forma, a sua natureza humana, na paixão e morte, tornou-se livremente e plenamente instrumento do seu divino amor, que quer a salvação dos homens” (nº 609).


 

As chagas de Cristo
O amor divino atingiu o seu ponto mais alto no sacrifício de Cristo no Calvário, e cuja realização está no traspasso do Coração de Jesus com a lança.

  • Sobre as chagas de Cristo dá-nos atenta reflexão o evangelista João que nos relata de como o soldado traspassou com a lança o lado de Jesus, e, após a ressurreição de Jesus, também o encontro do Ressuscitado com os apóstolos, mormente com Tomé.
  • O Diretório para as devoções populares e a Liturgia, publicado no ano 2000 pela Congregação para a Liturgia e os Sacramentos, tem, com relação a este fato, o seguinte teor:
  • “Num certo sentido, podemos dizer que a devoção em honra do Coração de Jesus é a transferência para a forma litúrgica daquele aspecto que todas as gerações de cristãos, no que diz respeito aos textos proféticos e evangélicos, a dirigem a Ele que foi traspassado (cf. Jo. 19,37; Zac. 12,10),
  • ou seja, ao lado de Cristo traspassado pela lança, e do qual jorrou sangue e água como símbolo do estupendo sacramento de toda a Igreja.
  • O texto do Evangelho de João, que relata sobre as mãos e o lado que Jesus mostrou aos discípulos (cf. Jo. 20,20),
  • bem como o apelo a Tomé, para que este colocasse a sua mão no seu lado (cf. Jo. 20,27), influíram consideravelmente para dar início e desenvolvimento à devoção em honra do Sacratíssimo Coração (nº 167). 

O Coração de Maria
A sagrada Escritura refere-se também ao Coração de Maria.
O evangelista Lucas relata que Maria guardou em seu Coração tudo o que ouviu dos pastores acerca de Jesus, conferindo no seu Coração (Lc. 2,19). 



Referindo-se ao encontro de Jesus no templo, o mesmo Evangelista repete mais uma vez este fato, quando escreve: “E sua mãe conservava todas estas palavras no seu Coração (Lc. 2,51).”
Com isso, o Evangelista quis observar a profundeza espiritual do Coração de Maria, todo ele completamente dedicado a Jesus. Tal fato revelam também as palavras de Maria dirigidas ao Anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc. 1,38).
Sobre o Coração de Maria fala também a profecia de Simeão:

  • “(...) e a espada traspassará a tua alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações (Lc. 2,35). 
  • A profundeza espiritual do Coração de Maria revela de maneira excelente o cântico: Minha alma glorifica o Senhor (Lc. 1,46-55).
 Sagrado Coração de Jesus, sede nosso Amor, Imaculado Coração de Maria, sede a nossa salvação.