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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ME IMPRESSIONA TUA EXATIDÃO:Deus artista e sua obra-prima



Sempre me fascinou o talento dos pintores. Como misturam as cores, como de um traço estranho conseguem fazer gente, pássaros, nuvens...



Hoje pensei em Deus como pintor. Fazendo deste mundo uma tela única,faz cada ser com cores diferentes, umas mais fortes, outras mais suaves, mas todas elas contribuindo para a beleza do quadro final.









Gosto muito de uma música de irmã Kelly Patrícia chamada "Obra viva" que fala o seguinte:
"Me impressiona Tua exatidão
Tua misteriosa precisão
Me fizeste tela viva em Tuas mãos de artista
Me desenhaste saudade do infinito
Num esboço, um rosto de encanto indizível
De olhos postos em mim, ó Jesus...
Me desconcerta Tua exatidão
Tua misteriosa precisão
Teu silêncio agudo e incisivo
Que talha a alma e o coração
Me fizeste obra viva em Tuas mãos de Artista
E me impressiona tua exatidão....Tua precisão.




Essa música me fala muito! Deus, com dedos de artista, me pintando, me modelando...E eu, obra viva em suas Mãos. 


Gosto muito de pintar e entendo um pouco desse processo criativo pré obra de arte, e fico imaginando Deus assim, antes de me criar, pensando, sonhando com meu projeto... Isso me fez rezar muito com a passagem do Salmo 139:



“Tu me tecestes no ventre de minha mãe”. Salmo 139




“Tecer” é como o salmista descreve o processo de Deus para criar o homem. O homem não foi fabricado ou produzido em massa, mas tecido. Cada linha de nossa existência foi delicadamente entrelaçada. Cada fibra do nosso ser, cuidadosamente selecionada.
Deus como criador. Pensativo. Entusiasmado. Criativo.



Deus, assim, se assemelha a um artista com um pincel na paleta, à procura da sombra perfeita...




A  um compositor, com os dedos sobre o teclado, prestando atenção no acorde exato... 




A um poeta, com a caneta equilibrada sobre o papel, à espera da palavra preciosa. 




O Criador é mestre na arte de tecer a vida, costurando a alma, cada uma de um modo diferente. Não existem duas iguais. Nenhuma idêntica.



Você não é produto de uma linha de montagem, foi deliberadamente planejado, especialmente capacitado, posto com amor neste mundo pelo próprio criador. 



Deus sonhou com você, e Ele queria que você fosse exatamente assim como você é, diante dos olhos de Deus você é perfeito, pois o Pai contempla em você a Imagem do Filho feito homem. 

NAS MÃOS DO OLEIRO




Em Jeremias, Deus se compara ao Oleiro que molda o barro em suas mãos (Jer 18, 1-10)


A síntese das verdades deste texto é bastante clara: Somos obras das mãos do Oleiro Eterno.
Nosso Deus artista nos cria e se interessa por nós: Não somos obra do acaso, mas fruto da produção criadora de Deus. Porque Ele nos criou, Ele nos quer sempre por inteiro, como o vaso sai íntegro das mãos do Oleiro.

Há muitas diferenças entre o Oleiro, que é Deus Criador,  que realiza essa obra estupenda de arte única, bela, paciente em nós, e o barro, que somos nós, frágeis, limitados. 

Na vida passamos por muitos momentos difíceis, em que nos sentimos "quebrados", frangalhados, estraçalhados... Quando isto acontece até nos esquecemos que somos belas obra das mãos desse Artista. Nos sentimos como o próprio vaso quebrado de Jeremias , e quantas vezes achamos que somos obras fadadas ao lixo, sem jeito. 

Então, tentamos nos consertar a nós mesmos e descobrimos que não podemos tapar as fissuras de nossa história sozinhos.Precisamos de uma mão que nos refaça! E refazer algo exige muito mais arte do que criá-la! Esta percepção é o começo da mudança.

Se formos mais adiante na leitura do texto de Jeremias, verificaremos que o vaso quebrado representa o pecado humano.  O pecado nos derruba das mãos de Deus. O pecado é um gesto consciente do ser humano para caminhar em outra direção que não as mãos do seu Criador e sair da beleza primeira que veio quando este artista nos criou.


Se você anda "quebrado", saiba que Deus, com mãos de artista quer consertar a sua vida.
Deixe-se tocar por Deus. Ele tomará você, não importa em quantos pedaços esteja, e fará um vaso novo, cheio de arte.

Você precisa saber que Deus é um oleiro paciente.Quando nos colocamos na mão do Oleiro, Ele não nos joga fora, mas nos aperfeiçoa.Deus continua trabalhando conosco.Ele nos dá novas chances, como deu a Pedro (Lucas 22,61-62; João 21,15-19). 

Pedro mudou porque se deixou tocar pelo grande Oleiro. Aquele jeito covarde foi transformado num jeito corajoso.






Deus quer fazer mudança com arte em sua vida. Deus quer pôr de novo sua assinatura no vaso que Ele fez: 



 "Fostes selados com o Santo Espírito da promessa -- Efésios 1,13 ). Afinal, somos obras vivas de suas mãos, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Efésios 1,10)."


O barro nas mãos do Oleiro pode se tornar um objeto de grande beleza e utilidade. Deixe o Artista trabalhar em você, que é obra prima de sua criação. 




Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles existia ainda." Salmo 139


Deus abençoe você!

As pistas de Deus: Como encontrá-lo?



Onde está Deus? Essa foi a pergunta que me fiz em minha oração pessoal hoje. Relembrei meus momentos da infância, onde meu coração de menino tinha tantas perguntas, perguntas tão grandes que me levavam a contemplar a altura de Deus. Como era bom sentir-se assim, pequenininho diante da grandeza de Deus que me ultrapassa. Hoje me vi como esse menininho de anos atrás.Olhei para as nuvens e disse: Senhor, onde estás? Mas foi tão bom perguntar isso, me encheu de tanta paz...mas sei que nem sempre essa pergunta vem assim, com paz, então decidi escrever sobre essa nossa busca de Deus.


Se somos criaturas criadas à imagem e semelhança de Deus, isto significa que existe no ser humano uma marca distintiva de qualquer outro ser vivo, que possibilita o reconhecimento do Criador. Não se trata de transportarmos em nós um sinal, porque de fato não o transportamos. O que somos já é um sinal da presença de Deus!


Santo Agostinho dizia magistralmente: "Tu nos criaste pra ti Senhor, e Inquieto estará nosso coração enquanto não repousar em ti." 


Existe em nós esse desejo de buscá-lo, essa inquietação que nos move a irmos atrás Daquele que nos fez. Mas surge a questão: Como encontrá-lo?  Sei que está questão está em muitos corações, que como o meu estão também inquietos de achá-lo.




O problema está em determinar o modo desta presença que se nos escapa. Como podemos descobrir a presença Amorosa de Deus em meio a nossa realidade e em nosso mundo? Como Deus que criou o tempo e o espaço (isso significa que não se limita a eles) pode ser encontrado no tempo e no espaço?

Quando, por exemplo, dizemos que nos encontramos com alguém ao inicio da tarde na Avenida 13 de maio, significa como é óbvio que aquela hora tanto eu como a outra pessoa não estávamos em casa. Tanto temporalmente – inicio daquela tarde – como espacialmente – Avenida 13 de maio – podemos circunscrever um determinado encontro. 






Outro exemplo. Quando  paro diante de um quadro de um pintor famoso como Rembrandt, percebo-me que há qualquer coisa – o traço da pintura, a representação das figuras – que assinala a presença do pintor holandês, embora o que esteja ali seja apenas uma pintura. 



Talvez seja este, outro modo de querer encontrar Deus: se nós somos obras suas, telas vivas de sua arte, então ,tal como o quadro de Rembrandt, concluímos que Ele está presente em suas criaturas,
representado nelas, refletido em seus traços. 




Deus, que também está presente no mundo concreto, embora não se prenda nele, se "esconde", ou melhor, se revela com certeza em suas criaturas, dando a elas reflexos de sua presença.







Talvez esta seja uma pista: a partir de um encontro humano, tentamos adivinhar como será a presença de Deus. Mas, esta indução terá que ter ressalvas, pois poderá trazer um sabor amargo se buscarmos transferir para Deus todas as nossas experiencias humanas. 


Deus, que se deixa relevar pelas criaturas não se prende nelas.Deus é maior que nossas experiencias humanas, da mesma forma que um pintor é diferente de sua pintura, embora ela revele algo dele.






Por isso, precisamos ter cuidado para não vivermos agarrados somente aos sinais de Deus.Deus é maior que seus sinais! É como se, ao buscarmos encontrar a pessoa que amamos, paramos numa placa de transito que nos ajuda a encontrar o sentido onde mora essa pessoa.  


Então, como é que descobrimos, encontramos esse Senhor, chamado Deus?


Embora, Deus não se deixe encerrar no tempo e no espaço não significa que eu não possa ter um encontro quotidiano com Deus. 


Se é verdade que Ele ultrapassa qualquer experiência humana, não é menos verdade que Ele se dá a conhecer. Mas, parece-me que para decifrar esta presença afetiva, efetiva e sutil  é necessário uma sensibilidade atenta. 




Atenta para – à semelhança do profeta Elias – descobrir que Ele não está no “fogo”, nem no tumulto mas na linguagem do “sussurro”, da brisa suave.... É esta a linguagem quotidiana que habita a própria criação, manifestando-se através de uma marca distintiva e inequívoca de Deus. Encontramos então, dentro de nós, três pistas para descobrirmos Deus em nosso dia-a-adia:



1) Fé (capacidade de olhar a história com uma confiança tremenda que ultrapassa o mero atrevimento humano).

2) Esperança (a experiência de intuir um futuro como lugar que não traz ameaça senão a abertura para o sentido).


3) Caridade (de quem se aproxima do outro como resposta a um apelo da bondade e da beleza).

Será este o modo de Deus fazer-se presente? Creio que a Fé, a Esperança e a Caridade, essas três virtudes teologais, são nossas pistas de Deus...Por isso, o busquemos de todo o nosso coração com a certeza de que Ele se deixa encontrar...ah sim, Ele está bem perto...descubra-o




"Ó Deus, tu és o meu Deus forte, eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, sedenta de água. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver tua força e a tua glória. Porque a tua Graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam. Assim, cumpre-se bendizer-te enquanto eu viver; a teu nome , levanto as mãos" Salmo 34, 1-3


Quando contemplo os teus Céus, obra de teus dedos,e  a lua e as estrelas que estabeleceste, penso, o que é o homem para que dele te lembres, o o filho do homem para que o visites? Fizeste-o, no entanto, um pouco menor do que Deus e de glória e honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobra as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR NOSSO, QUÃO MAGNÍFICO EM TODA A TERRA É O TEU NOME! " Salmo 145, 1-6


Dedico esse texto a todos os inquietos de Deus....hehehehe....



Um bom dia a todos!



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"É NA FRAQUEZA QUE EU SOU FORTE" Um estudo sobre a fraqueza e Graça de Deus em nós.


Pelo que sinto prazer nas fraquezas... Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12,9-10) .


Santa Teresinha do Menino Jesus aspirava ser santa, mas quando olhava para a sua pobreza, para suas fragilidades e fraquezas, via que com as próprias forças isso seria impossível, como ela nos descreve em sua autobiografia: 



“Sempre desejei ser uma santa, porém, infelizmente, constatei, quando me comparei com os santos, que entre eles e mim existe a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo topo se perde no céu e o grão de areia pisoteado pelos passantes. Em vez de desanimar-me disse a mim mesma: ‘O bom Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis, por isso posso, apesar de minha pequenez, aspirar à santidade’”


A vivência do nosso Batismo e da vocação específica de cada um requer uma espiritualidade capaz de integrar todo o nosso ser. Requer uma sadia relação entre o passado e o presente, entre nossa fraqueza e miséria e a graça de Deus.
Para isso precisamos mesmo da obra de autoconhecimento a partir da graça e da amizade com Deus. Precisamos dessa entrada em si mesmo para conhecermos melhor nossa história e nos reconciliarmos bem com ela. 
Na verdade, a nossa descida à "mansão dos mortos" precisa ser com Cristo, para que nossas feridas e carências, mazelas e fraquezas não se tornem acusações ou autocondenação. Só Deus em nós pode nos fazer rezar como o Salmista: "Confesso, Senhor, que sou uma verdadeira maravilha porque sou obra prodigiosa de tuas mãos" (cf. Sl 139, 14). 



A vida nova que brota do nosso encontro com Cristo, do nosso processo de maturação em Deus para melhor assumirmos a nossa história vai exatamente agindo na maneira como vivemos, como nos relacionamos e como lhe damos com os anseios e sentimentos.
 Há muita energia que precisa ser canalizada para o bem e essas disposições podem ser aproveitadas a partir das nossas limitações colocadas sob a luz da graça. Os sentimentos e limitações não podem ser nossos inimigos, mas temos que aprender a extrair desses inevitáveis estados interiores o que é bom, harmonizá-los e conduzi-los para que se tornem escadas e não tropeços nossos, muito menos para os outros.


Sentimentos como raiva, ciúmes, inveja, medo, rancor, baixa estima, desânimo, são, sem dúvidas, forças poderosas que podem - se não trabalhadas em nós para o bem - tornarem-se empecilhos para a vida e para a realização profissional, afetiva e vocacional, especialmente para os casados. 
É preciso fazer um caminho "ordo amoris", ou seja, entrar na história com a luz de Cristo e sua misericórdia, nos deixarmos com Cristo ver o amor de Deus em todas as circunstância e situações de nossas vidas, sermos reconciliados e curados, e permitirmos que nossa liberdade interior seja liberta de tantos fardos e condicionamentos colocados por nós mesmos e pelos outros. Impressionante como o que dizem de nós muitas vezes podem nos levar a viver como se estivéssemos no céu ou no inferno.


É importante que vivamos o processo de cura e reconciliação interior, não querendo partir de cima, de uma postura de sempre esperar de Deus sem fazermos nossa parte, mas partir das nossas próprias fraquezas. 

O que indispensavelmente se parte sempre de cima é do auxílio da graça, mas ela vem, não como mágica, mas como auxílio indispensável para que possamos ir para Deus e para os irmãos com tudo aquilo que somos e temos. Magistralmente tem-se que observar aqui a vida e a Doutrina de Santo Agostinho sobre a graça, que não anula, desfacela ou isenta a ação da nossa liberdade. 

No entanto, temos sempre necessidade dela. Não seremos felizes vivendo de "forma pelagiana", ou seja, como se tudo dependesse somente das nossas forças, mas compreendendo que não podemos nos redimir sozinhos. 

Alguns autores famosos parecem ganhar muito dinheiro nos nossos dias com livros de auto-ajuda que ensinam e encantam com excelente sabedoria literária, mas que se equivocam, quando demonstram ser possível descobrir quase todos os segredos da vida de Jesus, fazendo dele uma leitura somente psicológica, ou mesmo afirmando que somente com nosso esforço podemos conseguir nos curar interiormente de nossos sentimentos feridos.

O caminho da cura é uma via de mão dupla: Deus com sua Graça e nós, colaborando com esta g

Talvez esse seja um risco de uma espiritualidade inicial quando não bem orientada. Talvez uma espiritualidade paralela - não em sentido de valor, mas de uma redenção com as próprias forças – encontramos na manipulação das faculdades da razão como a fonte de nossa redenção. E nisso temos que ter cuidado! 




Nem sempre o mistério da dor e do sofrimento, ou mesmo dos abismos da alma, dos traumas e infernos da nossa história são compreensíveis somente com uma leitura psicológica ou "uma formulação dialogal" com nossos sentimentos. A cura interior é um caminho de mão dupla: Deus, com sua graça, e nós, com nossa vontade, colaborando com a graça.Precisamos das Mãos de Deus, que como oleiro, nos molda em seu Amor para que realmente experimentemos a cura verdadeira e profunda.
Os Evangelhos o demonstram isso. Também sei que a espiritualidade precisa ser a mais próxima do homem e mais realista no processo de ajudá-lo no equilíbrio da vida e das relações. Aproveito para dizer que a espiritualidade mística dos santos e santas do Carmelo não é de pouco valor. Os escritos Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, Santa Teresinha, não são teorias ou vagas espiritualidades.

 Eles falaram como ninguém do mistério da dor e da fraqueza humana, como da misericórdia e da graça, a partir de suas próprias vidas, e tudo porque conheceram os segredos do coração de Cristo.


 Cristo lhes revelou o seu coração cheio de amor. Conheceram seus pecados, é verdade, mas conheceram absolutamente o que é capaz de fazer a graça na vida de uma pessoa que se abre a ela com fé.

O que precisamos é viver na esperança, na fé em Cristo e na força do amor. Amor esse que não é inconsequente, sem compromisso, sem renúncia. Os amores do mundo não recebem todos, o nome de "amor de Deus". "É bem verdade que o amor apaixonado de Deus por seu povo – pelo homem – é ao mesmo tempo um amor que perdoa" (cf. Bento XVI, Deus é amor, 10). No entanto, o amor é um processo de passagem de níveis: sair de um amor escravo e retribucionista para um amor de filho, gratuito. O amor nunca está concluído, mas passa sempre para níveis mais elevados de compromisso e doação (cf. Jo 13,1).





Concluo esta meditação na esperança de que a graça opere em nós a sua maravilhosa obra de salvação, não sem nossa colaboração, é claro. Alegra-me muito o fato de que todos nós precisamos ser redimidos. 
E essa redenção jamais excluirá o altíssimo dom da nossa liberdade. Para uma espiritualidade verdadeira não se pode nunca esquecer que precisa ser ela também redimida pela graça, em cada nova aventura no coração e nos abismos da miséria humana. "Só Cristo revela ao homem quem ele mesmo é". 


Acredito que para uma espiritualidade verdadeira precisamos aprender que do fundo de nossas impotências experimentamos o poder da graça de Deus, o amor de Deus, que só conseguimos realmente entender quando chegamos ao fim, quando houvermos desistido de querer nos tornar melhores por nossas forças. A graça de Deus se completa em nossa fraqueza (II Cor 12, 9). 


Termino com esta frase de Santa Teresinha, minha cara amiga do céu, que muito me ensina a lidar com minhas fraquezas. Comecei com ela e vou terminar com ela, hehehehe:




"Percebi que, se não consigo ser grande, devo suportar-me como sou, com todas as minhas imperfeições, e buscar, ao contrário, ser sempre pequena...Espero tudo do Bom Deus, como uma criancinha espera tudo de seu pai. Como estou longe de ser conduzida pela via do temor, sei sempre encontrar o meio de ser feliz e aproveitar de minhas misérias" 


Não tenhais medo! Levantai-vos! Vamos! Assim seja.


Ofereço este texto a todos os meus filhos espirituais, que em suas lutas e fraquezas, permitem que a Graça os modele...amo vocês...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MÚSICA LIVRE PARA AMAR

Cristiano Pinheiro


Com teu amor senhor vem surpreênder-me
com teu olhar Jesus vem conquistar-me
e te amarei sem medidas
te adorarei sempre mais e mais
com tua voz senhor rasga meu coração
sim, vem romper minha surdez então seduzir-me
arrastar-me a ti
desposar-me para sempre,
Jesus...
vem com teu amor, vem com teu poder,
vem em mim vencer,pois não quero mais lutar contra ti, quero perder, perder para ganhar,pobre me entregar,
pois só preso a ti eu serei livre para amar...
eu sou teu, tu és meu
vem e toma o teu lugar...
eu sou teu, tu és meu
vem e toma o teu lugar...
vem com teu amor, vem com teu poder,
vem em mim vencer,
pois não quero mais lutar contra ti, quero perder, perder para ganhar,pobre me entregar,
pois só preso a ti eu serei livre para amar... 



Ofereço essa música a Anderson...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SÓ JESUS É BELO:Trecho dos Escritos Espirituais de Santa Teresa dos Andes




Só Jesus é belo, só ele pode alegrar-me. Chamo-o; choro por ele, procuro-o dentro de minha alma. Desejo que Jesus me triture interiormente para que eu me torne uma hóstia pura onde ele possa repousar. Quero ser sedenta de amor para que outras almas possuam este amor.  Que eu morra às criaturas e a mim mesma para que ele viva em mim.





Há algo de bom, de belo, de verdadeiro que possamos pensar e que não exista Jesus? Sabedoria, para a qual não há segredo algum. Poder, para o qual nada é impossível. Justiça, que o fez encarnar-se para satisfazer pelo pecado. Providência, que sempre vela e sustenta. Misericórdia, que não cessa nunca de perdoar. Bondade, que esquece as ofensas das suas criaturas. Amor, que reúne todas as ternuras da mãe, do irmão, do esposo e que, fazendo-o sair do abismo da sua grandeza, o prende estreitamente às suas criaturas. Beleza, que extasia... O que podes pensar que não se encontre neste Homem-Deus?





Temes talvez que o abismo da grandeza de Deus e teu nada não se possam unir? Há nele o amor? Esta paixão fê-lo encarnar-se para que, vendo um Homem-Deus, não temesses aproximar-se dele. Esta paixão fê-lo converter-se em pão, a fim de poder assimilar e fazer desaparecer o nosso nada no seu Ser infinito. Esta paixão fê-lo dar a vida, morrendo sobre a cruz.




Temes talvez aproximar-te dele? Olha-o cercado das crianças. Ele as acaricia, aperta-as ao seu coração. Olha-o no meio do seu rebanho fiel, trazendo sobre os ombros a ovelha infiel. Olha-o junto ao túmulo Lázaro. E ouve o que diz à Madalena: “Foi-lhe perdoado muito, porque muito amou”. O que descobres nestes trechos do Evangelho senão um coração bom, doce, terno, compassivo, enfim, o Coração de um Deus?



Ele é a minha riqueza infinita, a minha beatitude, o meu céu.



Santa Teresa dos Andes