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quarta-feira, 20 de março de 2013

REZAR COM OS DEDOS: Uma bela oração do nosso Papa Francisco



Oração dos dedos da mão, escrita pelo nosso amado Papa Francisco:


1. O Polegar é o mais próximo de você. Então comece a orar por aqueles que lhe são mais próximos. Eles são os mais facilmente lembrados. Orar por nossos entes queridos é "uma doce obrigação"!


2. O seguinte é o dedo indicador. Ore por aqueles que ensinam, instruem e curam. Isso inclui mestres, professores, médicos e padres. Eles necessitam de apoio e sabedoria para indicar a direção correta aos outros. Mantenha-os em suas orações sempre presentes.


3. O próximo dedo é o mais alto. Ela nos lembra dos nossos líderes. Ore para que a presidenta, congressistas, empresários e gestores. Essas pessoas dirigem os destinos de nossa nação e orientam a opinião pública. Eles precisam da orientação de Deus.

4. O quarto dedo é o nosso dedo anelar. Embora muitos fiquem surpresos, é o nosso dedo mais fraco, como pode dizer qualquer professor de piano. Ele deve lembrar-nos a rezar para os fracos, com muitos problemas ou prostrados pela doença. Eles precisam da sua oração dia e noite. Nunca é demais para orar por eles. Você também deve se lembrar de orar pelos casamentos.

5. E finalmente o nosso dedo mindinho, o dedo menor de todos, que é a forma como devemos nos ver diante de Deus e dos outros. Como a Bíblia diz que "os últimos serão os primeiros". Seu dedo mindinho deve lembrá-lo de orar por você. Quando você estiver orado para os outros quatro grupos, suas próprias necessidades estarão na perspectiva correta, e você poderá rezar melhor pelas suas necessidades.


CURIOSIDADE: A história dos conclaves




Conclave, do latim cum clave, que significa com chave, é a reunião, em clausura muito rigorosa, dos cardeais para a eleição do Papa. Os eleitores permanecem incomunicáveis com o exterior até haver um Papa escolhido. O conclave segue um ritual praticamente inalterado há oito séculos: foi o Papa Gregório X que usou pela primeira vez a palavra em 1274 e instituiu a base dos atuais conclaves.


                                                             Papa Clemente IV


Isto deveu-se à demorada sucessão do Papa Clemente IV, quando os cardeais deixaram a Sé Apostólica vaga durante dois anos e nove meses, o mais longo tempo de todas as eleições em dois mil anos de história da Igreja. Gregório X quis então prevenir que a escolha do Sumo Pontífice não demorasse tanto tempo, obrigando que a reunião tivesse de ser conclusiva, embora antes tenham acontecido pelo menos cinco eleições a portas fechadas.


A partir do ano 769, apenas os diáconos e presbíteros ‘cardeais’ podiam eleger o bispo de Roma. Atualmente os cardeais são os únicos membros do colégio eleitoral. A eleição de Papas por cardeais teve início em 1059. Cardeal vem de ‘cardo’, dobradiça de porta, e é título de honra que o Papa tem o direito de conceder a qualquer católico, como fez João Paulo II, ao estender o chapéu cardinalício a dois teólogos europeus: o dominicano francês Yves Congar e o suíço Hans Urs von Balthazar. São necessários dois terços de todos os votos para se eleger um Papa.




Teoricamente, qualquer batizado do sexo masculino e maior de 30 anos de idade pode ser eleito Papa, embora tradicionalmente seja escolhido um dentre os cardeais (Gregório Magno, eleito em 590, era prefeito de Roma. O último Papa que não era cardeal foi Urbano VI, em 1378; e os últimos Papas que eram laicos foram eleitos no século X – João XII e Leão VIII). Se o eleito for um leigo, entretanto, deve abandonar a família, abraçar o celibato, ser ordenado padre e bispo.

Papa Gelásio II

A primeira assembleia nos moldes do conclave como é conhecido hoje foi realizada em 1118. Na ocasião, os cardeais reuniram-se em segredo no mosteiro de Santa Maria in Pallara, no Monte Palatino, para escolher, longe das pressões políticas, o Papa Gelásio II, um beneditino chamado Giovanni Caetani. No pontificado de Alexandre III (1159-1181), durante o Concílio de Latrão, realizado em 1179, foi aprovada a constituição “Licet de vi-tanda”, que pela primeira vez fixou a regra dos dois terços dos votos para a eleição do Pontífice e tornou o voto uma exclusividade dos cardeais.




O Conclave de Viterbo, em 1268, elegeu o Papa Gregório X, que regulou através da constituição “Ubi Periculum”, de 1274, a eleição. A partir desse momento ficaram estabelecidos um período de dez dias da morte do Pontífice até ao começo do conclave e a obrigação das sessões da assembleia serem realizadas à porta fechada e numa única sala.


O segredo em torno das deliberações foi garantido com a ameaça de excomunhão para aqueles que tentassem comunicar-se com os cardeais. O efeito da “Ubi Periculum” foi imediato, já que o conclave seguinte – realizado em Arezzo, em 1276, e do qual saiu eleito Inocêncio V – durou apenas um dia.



                                                               Papa Inocêncio V

 Até aquele momento, havia sido o mais curto da história e continuou ostentando a marca durante algum tempo porque, dois anos depois, a constituição foi abolida e os conclaves voltaram a ser longos. Atualmente,  os conclaves mais curtos da história foram os que elegeram João Paulo I e João Paulo II, em 1978, e Bento XVI, em 2005.



                                              Eleição de João Paulo II em 1978

Eleição de Bento XVI em 2005


Uma mudança significativa nas regras do conclave ocorreu em 1903. Depois da morte de Leão XIII, o secretário de Estado, Rampolla del Tindaro, seria o escolhido. Mas o imperador da Áustria exerceu o seu direito de veto. Os eleitores elegeram Juan Sarto (Pio X), que, como Papa, em um documento de 1904, decretou que nunca mais a Igreja aceitaria veto algum.



Outra novidade foi introduzida em 1979 por Paulo VI, que, através do seu escrito “Ingravescentem aetatem”, que excluiu do conclave os cardeais que já tivessem completado 80 anos. Essa reforma foi adotada depois da sua morte, em Agosto de 1978, e depois de dois meses, quando foi eleito o sucessor de João Paulo I, que foi Papa apenas por 33 dias. Ela foi confirmada por João Paulo II, que incluiu no documento o trecho (que tenham 80 anos de idade) “até a morte do Pontífice”.




                Papa Paulo VI que decretou que os cardeais com mais de 80 estariam fora do conclave

Em 2007, Bento XVI modificou o sistema de maioria estabelecido pelo texto de 1996. Com isso, para escolher novo Papa será preciso obter mais de dois terços dos votos dos cardeais eleitores em todas as urnas. 
Até então, era necessária essa maioria, mas se após o terceiro dia de votações e chegada a 33ª ou 34ª apuração não tivessem resultados positivos, a definição aconteceria por maioria absoluta. Além disso, a nova regra estabelece que quando chegar a vez de voto dos dois cardeais mais votados, estes não poderão participar da votação. Antes do termino de seu pontificado, Bento XVI também diminuiu o tempo para que um conclave seja reunido.


Um conclave só poderia começar entre 15 e 20 dias depois da morte ou renúncia do Papa. Este prazo fixado ainda na época medieval era para que os cardeais fizessem reuniões entre si nas quais se debate o estado da Igreja e a fim de que todos os cardeais pudessem chegar até Roma. O intervalo denomina-se novendiali. 
Mas, visto que muitos cardeais já se encontravam na Cidade Eterna para acompanhar os últimos dias do pontificado de Bento XVI, o Papa aprovou um "motu proprio" (documento papal), que mantém essas datas, mas deixa em aberto a possibilidade de antecipá-lo.

"Deixo ao Colégio Cardinalício a faculdade de antecipar o início do Conclave se constar que estão presentes todos os cardeais eleitores, como também a possibilidade de adiá-lo caso existam motivos graves. No entanto, transcorridos 20 dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais presentes têm que proceder a eleição", diz o "motu proprio" tornado público pelo Vaticano.




Bento XVI com o documento "De aliquibus mutationibus in normis de electione Romani Pontefici", de junho de 2007 suprimiu algumas normas e impôs outras na Constituição apostólica "Universi Dominici Gregis", de 1996, aprovada por João Paulo II, sobre a eleição dos papas.

Agora com este "motu proprio", além de conceder a possibilidade de antecipação da data, também mudou alguns pontos como aumentar para oito (antes eram dois) o número de mestres de cerimônias, e que, se for o caso, os dois cardeais mais votados no Conclave não poderão votar, para evitar que um possa dar o voto para o outro e assim não ser eleito. Também foi incluída no juramento dos cardeais a pena da excomunhão caso violem o segredo da eleição do sucessor de Pedro.

Quanto ao restante, tudo segue segundo o previsto por Bento XVI na reforma de 2007: o próximo papa necessitará em todas as votações da maioria de dois terços dos votos dos cardeais presentes. Além disso, caso ocorra a simonia (compra de votos) todos os culpados serão excomungados, mas o voto será considerado válido.




Também está previsto que os cardeais eleitores deverão se abster de qualquer forma de pacto, acordo, promessa e outros compromissos que possam obrigá-los a dar ou negar o voto a outros. Se isso acontecer, o compromisso adquirido seria nulo e ninguém estaria obrigado a cumpri-lo. Os cardeais também não podem fazer capitulações antes da eleição.

Nenhum cardeal eleitor poderá ser excluído da eleição ativa ou passiva "por nenhum motivo ou pretexto", afirma a norma, embora o cardeal que tiver consciência de que não poderá participar da escolha ou estiver doente, pode não entrar na Capela Sistina, o lugar onde se elegem os sucessores de São Pedro.




O período de espera, chamada sede vacante, termina com a “Missa Pro Eligendo Papa”, com a presença de todos os cardeais na Basílica de São Pedro na mesma manhã em que começa o conclave. Depois, os membros do Colégio Cardinalício dirigem-se à Capela Sistina, onde são feitas as votações.



Os cardeais não podem levar qualquer instrumento de comunicação com o exterior. Depois de uma missa na Capela Sistina, os assistentes dos cardeais saem, ficando a capela fechada. Os cardeais, então reunidos, procedem ao voto secreto. Qualquer revelação sobre as tendências ou circunstâncias eleitorais é punida com a excomunhão.




Atualmente, o Colégio Cardinalício é formado por 117 cardeais com menos de 80 anos de idade e, portanto, com direito a voto: 61 europeus, 19 latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 11 asiáticos e um procedente da Oceania. Destes, 67 foram criados cardeais pelo Papa Bento XVI.

Durante as votações, a cada cardeal é entregue uma cédula, de papel branco e forma retangular, que tem escrito na parte superior Eligo in Summum Pontificem (Elejo como Sumo Pontífice), com espaço para escrever o nome escolhido. Exige-se caligrafia clara e em letras maiúsculas e impessoais (ou seja, diferente da caligrafia normal de cada cardeal).

Preenchidos os boletins, os cardeais entregam as cédulas junto ao altar, levando-os bem visíveis na mão para depositá-los numa urna. No fim de cada votação os votos são queimados. A estes é adicionada uma substância que torna o fumo resultante branco ou negro, conforme tenha sido eleito ou não um nome. A chaminé por onde o fumo sai é vista da Praça de São Pedro e anuncia ou não o consenso.





Dedicado a meu grande amigo Raimundo

Brasão do Papa Francisco e seu significado




A estrela do brasão papal significa Maria, as iniciais "IHS" representam os jesuítas e a flor é o símbolo de São José

O Vaticano divulgou no dia 18 de março de 2013 o brasão do papa Francisco, eleito sucessor de Bento XVI, no último dia 13. O lema é: “Com misericórdia o chamou”, inscrito em latim ("Miserando atque eligendo"), referindo-se à sua eleição pelo conclave. O brasão tem as cores azul, vermelho, preto e amarelo, além do branco. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que o brasão é “simples” e simboliza Jesus, Maria e José.


O escudo é azul e com símbolos da chamada dignidade papal, os mesmos do antecessor Bento XVI. Também traz a mitra disposta entre chaves cruzadas de ouro e prata ligadas por um cordão vermelho. No topo, está o emblema da ordem de origem do papa: a Companhia de Jesus (os jesuítas), um sol brilhando com as letras em vermelho IHS – o monograma do nome de Jesus Cristo.

Em cima da letra H, há uma cruz na ponta, e abaixo dela três pregos em preto. Na parte inferior do escudo, estão uma estrela à esquerda e uma flor de nardo (na cor branca) à direita. A estrela, de acordo com a antiga tradição, simboliza a Virgem Maria, a mãe de Cristo e da Igreja, enquanto a flor de nardo mostra São José, patrono da Igreja Católica Apostólica Romana.


Na tradição hispânica, São José é representado segurando um ramo de nardo natural. Ao colocar essas imagens em seu escudo, segundo o porta-voz, o papa Francisco quis demonstrar sua devoção especial à Virgem Maria e a São José. Francisco manteve, em parte, o escudo usado por ele quando era arcebispo de Buenos Aires, na Argentina.

HOMILIA INAUGURAL DO PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO


Depois de cinco meses sem postar, quero primeiramente pedir perdão aqueles que seguiam o blog fielmente. Estive realmente muito atarefado com minhas obrigações na Comunidade, a qual, por graça, sou um indigno membro. Mas com muita alegria volto a postar e gostaria de abrir meu primeiro post de 2013 com a homilia proferida na missa inaugural do pontificado do nosso já amado Papa Francisco.




"Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que "José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa" (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: "São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo" (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).

Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeco d'Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é "guardião", porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto, a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem "Herodes" que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos "guardiães" da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para "guardar", devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.

A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.

Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!

Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém."