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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

experimentando a misericórdia de Deus depois da queda





Se percorrermos as Santas Escrituras, descobriremos constantemente que a presença da misericórdia de Deus: "enche a terra", estende-se a todos os seus filhos; rodeia-nos, antecede-nos, multiplica-se para nos ajudar, e foi continuamente confirmada.

Ao ocupar-se de nós como Pai amoroso, Deus nos tem presentes em sua misericórdia: uma misericórdia suave, agradável como a nuvem que se desfaz em tempo de seca.

Jesus Cristo nos convida sempre mais a experimentar da misericórdia e vivê-la com nosso semelhante: "Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7). E em outra ocasião: "Sede misericordiosos, como vosso pai celestial é misericordioso" (Lc 6, 36).

Ficaram também muito gravadas em nós, entre tantas outras cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, as parábolas do Pai Misericórdioso, da ovelha perdida e do devedor perdoado, a ressurreição do filho da viúva Naim (Lc 7, 11-17).

Morreu o filho único daquela pobre viúva, aquele que dava sentido à sua vida e podia ajudá-la na sua velhice. Mas Cristo não faz o milagre por justiça; Ele o faz por compaixão, porque se comove interiormente perante a dor humana.

Que segurança nos deve produzir a infinita compaixão do Senhor por nós! "Clamará por mim e eu o ouvirei, porque sou misericordioso" diz o Senhor na Palavra. É um convite, uma promessa que não deixará de cumprir. "Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançarmos a misericórdia e auxílio da graça no tempo oportuno" (Heb 4, 16).

Os inimigos da nossa santificação nada conseguirão, porque essa misericórdia de Deus nos protege por antecipado; e se por nossa culpa e fraqueza caímos, o Senhor nos socorre e nos levanta.

"São José Maria Escrivá dizia a um penitente certa vez:Outra queda..., e que queda!... Vais desesperar-te? Não: humilhar-te e recorrer, por Maria, tua Mãe, ao Amor Misericordioso de Jesus. - Um miserere e... coração ao alto! - Vamos!, começa de novo. (São Josemaria, Caminho, 711)


Santa Teresinha certa vez escreveu numa carta seus sentimentos por experimentar sua profunda fraqueza :"Reconheço-o, ó Senhor; sou muito fraca e todos os dias, faço disso uma nova experiência. Mas Jesus, dignai-Vos ensinar-me aquela ciência que me faz gloriar-me das minhas fraquezas. Esta é uma grande graça e só nela encontro a paz e o descanso do coração".

Jesus disse a uma vidente, a serva de Deus Josefa Mendez,apostola de seu divino Coração, essas palavras depois de uma queda:

"Não percas tempo em lamentações pelas tuas quedas. Prefiro uma alma que sorri sempre e faz o que puder para amar-Me.Preocupa-te de amar e não percas tempo.Quero ser amado. Se me amares, ser-te-á impossível ofender-Me. Se me amares de verdade, não terás medo de nada. Estás sempre no fundo do Meu Coração.O Meu Coração encontra consolação em perdoar. O meu Coração alegra-se em ver uma alma que não se perde em lamentos e dá-me glória se se refugiar prontamente em Mim. Eu olho para ela com amor e a minha ternura cresce.Eu sustentarei a tua fraqueza: Tu me amas e Eu te amo; tu és minha e Eu sou teu. Que queres mais?Quero-te sorridente. Quero-te ver na alegria e contente, porque fico honrado em ver-te em paz e na alegria . SE TU CAIRES MAIS UMA VEZ, LEVANTA-TE E AMA-ME DE NOVO E SEMPRE !"

Este é o amor de Deus para conosco ou seja, é o Amor que se antecipa a nós, vem á nosso encontro, é o amor que se debruça sobre a miséria do homem!

Como uma mãe ao ver a queda do filhinho corre apressada em sua direção estendendo-lhe os braços maternos,
assim nosso Deus nos socorre muito mais ardentemente, lança-se ao nosso encontro quando estamos caidos.

Deixemos que esta mão segura nos ajude a levantar, sempre...

domingo, 28 de novembro de 2010

Consagrados devem ser "Evangelho vivo" que responda ao mundo, afirma Bento XVI


fonte: acidigital


VATICANO, 26 Nov. 10 / 12:48 pm (ACI).- Em seu discurso aos participantes da Assembléia Geral da União dos Superiores Generais (USG) e da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), o Papa Bento XVI assinalou hoje que os consagrados e consagradas devem ser "um Evangelho vivo" para responder assim aos desafios da sociedade e obter a contribuição que lhes é própria na Igreja.

"A renovação profunda da vida consagrada parte da centralidade da Palavra de Deus, e mais concretamente do Evangelho, regra suprema para todos vós", disse o Santo Padre esta manhã.

Seguidamente Bento XVI sublinhou que "o Evangelho vivido todos os dias é o elemento que dá encanto e beleza à vida consagrada e se apresenta ante o mundo como uma alternativa confiável. Disto tem necessidade a sociedade atual, isto espera a Igreja de vós: que sejais um Evangelho vivo".

Referindo-se a "outro aspecto fundamental da vida consagrada: a fraternidade", o Papa indicou que "a vida fraterna é um dos aspectos que mais procuram os jovens quando se aproximam de sua vida; é um elemento profético importante que oferecem em uma sociedade muito individualista".

Neste sentido assinalou que "é necessário um discernimento sério e constante para escutar o que o Espírito diz à comunidade, para reconhecer o que é do Senhor e o que é contrário ao. Sem discernimento, acompanhado pela oração e a reflexão, a vida consagrada corre o perigo de acomodar-se nos critérios deste mundo: o individualismo, o consumismo, o materialismo; critérios que debilitam a fraternidade e fazem que a própria vida consagrada perca seu encanto".

O Santo Padre destacou outro elemento: a missão. "Forma parte de sua identidade, os impulsiona a levar o Evangelho a todos, sem limites. A missão, apoiada por uma forte experiência de Deus, por uma formação sólida e pela vida fraterna em comunidade é uma chave para a compreensão e a revitalização da vida consagrada. Renovem sua presença nos areópagos atuais para anunciar, como fez São Paulo em Atenas, o Deus ‘desconhecido’".

Falando do problema da redução dos consagrados, especialmente na Europa, o Papa disse que "as dificuldades não devem nos fazer esquecer que a vida consagrada tem sua origem no Senhor, porque a quis para a construção e a santidade de sua Igreja, e portanto a Igreja nunca ficará privada dela".

Finalmente Bento XVI alentou a "caminhar na fé e na esperança" e pediu "um compromisso renovado na pastoral vocacional e na formação inicial e permanente".

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um Deus que desce...


Na Encarnação Jesus,o Deus Santo, Forte e Imortal, desce...desce até nós, até nossa realidade tão conturbada e nesse instante a humanidade foi agraciada com a instauração do Reino de Deus no seio de sua história: JESUS é o Deus-Conosco!


Enquanto os homens buscam elevarem-se acima do que são, numa busca desenfreada pela tentação de nossos primeiros pais de "serem como Deus",surpreendentemente Deus tornou-se humano em Cristo para salvar.

Ele desce das alturas até a pobre humanidade.Ele desce para subir de novo, trazendo consigo todo o mundo arruinado. Isso nos faz pensar em um homem forte abaixando-se cada vez mais para colocar-se debaixo de um grande e complexo fardo.

Ele deve abaixar-se para o levantar, quase desaparecendo sob a carga, antes de endireitar incrivelmente as costas e seguir avante com toda a imensa massa balançando em seus ombros.

Deus faz na Encarnação o inaudito: O Todo Poderoso tornando-se matéria, entrando no tempo e no espaço, expondo-se a morte, tornando-se homem!

Mas o que atrai esse Deus imenso até o nosso nada?São Bernardo dizia: “Jesus, quem vos fez tão pequeno? O Amor!”

Sim, é o Amor que faz Deus vir até o abismo de nossa miséria e ergue-la...santa Teresinha dizia:“É próprio do amor abaixar-se, doar-se por inteiro até o fim.” É próprio do autêntico amor se dar até às últimas conseqüências, ao extremo (cf. Jo 13,1).

Que o Deus de Amor, que desce ao seu coração, encontre nele sua morada...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amizade é sentimento nobre que a graça de Deus purifica, diz Papa


Acerca da relação fraterna entre Clara e São Francisco, o Papa abordou o tema da amizade:

"A amizade entre esses dois santos constitui um aspecto muito bonito e importante. De fato, quando duas almas puras e inflamadas pelo mesmo amor por Deus encontram-se, tiram da recíproca amizade um estímulo fortíssimo para percorrer a via da perfeição. A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a Graça divina purifica e transfigura".

Santa Clara viveu no século XIII, em uma família nobre, mas preferiu dedicar-se totalmente ao serviço de Deus, segundo o modelo proposto por São Francisco. Apesar de ser superiora da comunidade, desejava servir as irmãs nos trabalhos mais humildes. "A caridade, de fato, supera todas as resistências e quem ama faz todos os sacrifícios com alegria", explicou o Santo Padre.

Canonizada apenas dois anos após seu falecimento, que aconteceu em 1255, Bento XVI citou os elogios que o Papa Alexandre IV escreveu na Bula de canonização de Santa Clara, na qual disse que, apesar de procurar o silêncio, a fama da santa gritava.

"E é exatamente assim, queridos amigos: são os santos aqueles que alteram o mundo para melhor, transformam-no de modo duradouro, incorporando as energia que somente o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!", exclamou o Bispo de Roma.

Onde começa o amor?


Onde começa o amor? Começa no seio de nossas famílias.

E como começa? Começa rezando juntos, unidos.

A família que reza unida permanece unida.

E se permanecerem juntos, se amarão mutuamente, assim como Jesus ama cada um dos membros da família.

Para poder amar é necessário possuir um coração puro.

Teremos um coração puro se rezamos.

A oração é um contato e uma relação com Deus.

Escutaremos Deus em nossos corações e logo depois, falaremos com ele desde nossos corações.

Sentir e falar desde nosso coração: isto é a oração.

Porém onde nasce este amor e esta oração?

Nasce na família.

A família que reza unida permanece unida.

E se os membros da família permanecem unidos, se amarão recíprocamente, assim como Deus os ama individualmente.


(Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Misericórdia é quando Deus entra na miséria do homem





Jesus convida os pecadores à mesa do Reino: "Não vim chamar justos, mas pecadores" (Mc 2,17). Convida-os à conversão, sem a qual não se pode entrar no Reino, mas mostrando-lhes, com palavras e atos, a misericórdia sem limites do Pai por eles e a imensa "alegria no céu por um único pecador que se arrepende" (Lc 15,7). A prova suprema deste amor ser o sacrifício de sua própria vida "em remissão dos pecados" (Mt 26.28).


Jesus escandalizou sobretudo porque identificou sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus para com eles. Chegou ao ponto de dar a entender que, partilhando a mesa dos pecadores, os estava admitindo ao banquete messiânico. Mas foi particularmente ao perdoar os pecados que Jesus deixou as autoridades religiosas de Israel diante de um dilema. Foi isto que disseram com razão, cheios de espanto: Só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7). Ao perdoar os pecados, ou Jesus blasfema - pois é um homem que se iguala a Deus -, ou diz a verdade, e sua pessoa torna presente e revela o Nome de Deus.

O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja.

Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.

"Deus nos criou sem nós, mas não quis salvar-nos sem nós." (Santo Agostinho)
Ora, e isso é tremendo, este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não o deixarmos entrar e fazer Sua obra.

Ele quer entrar na sua vida, cabe a você abrir a porta do seu coração e deixar-se amar por este Deus Misericordioso.

domingo, 14 de novembro de 2010

Família da Misericórdia



"JÁ NÃO SABEMOS DE MAIS NADA, DE MAIS NADA QUEREMOS SABER, SENÃO CONHECERMOS, CADA DIA MAIS, JESUS CRISTO."

Vocação religiosa: Testemunho de Cristo





Há três vocações específicas na vida do cristão e cada homem, cada mulher, é chamado a uma delas.


Há a vocação sacerdotal, à qual são chamados os homens cuja missão é pastorear as ovelhas da Igreja, consagrar o Corpo de Cristo, representar Jesus no meio da humanidade.


Há a vocação leiga, à qual são chamados os homens e mulheres cuja missão é formar suas famílias e criar novos homens e novas mulheres, guiando, com suave firmeza, seus filhos no caminho rumo a Deus.


E há a vocação religiosa. A esse caminho são chamados os homens e mulheres cuja missão é servir a Deus e aos irmãos, vivendo uma vida de oração e trabalho em prol de toda a humanidade.




Consagrar a vida a Deus. Dedicar a Cristo toda a liberdade, todos os desejos, toda a vontade, toda a comodidade. Aos nossos olhos, contaminados pela superficialidade do mundo, isso pode parecer algo difícil, radical, árido. Difícil? Não há dúvida: nenhuma grande aventura segue por caminhos de pétalas – e não pode haver aventura maior do que partir em busca de Deus. Radical? Num certo sentido, sim, pois significa abandonar todo o excesso, todo o supérfluo para dedicar apenas ao que realmente vale a pena. Árido? Nunca: nada pode ser mais prazeroso e reconfortante do que a companhia de Deus. Assim é a vocação religiosa: a vocação assumida por monges,irmãos, irmãs.


Essa vocação é assumida por pessoas que se sentiram chamadas por Deus a doarem suas vidas por uma causa. Trata-se da consagração a Deus assumindo os votos de pobreza, castidade e obediência, ingressando numa Congregação ou Ordem Religiosa. Os religiosos e religiosas são os sinais visíveis do amor de Jesus Cristo pela sua Igreja e pelo mundo.




As congregações religiosas são mais de oitocentas (masculinas e femininas) e todas têm um carisma específico, deixado pelos fundadores. As Congregações podem ser apostólicas e contemplativas. As apostólicas estão inseridas nas atividades da Igreja, no meio da sociedade e do mundo. Atuam junto às paróquias, escolas, doentes, crianças, jovens, migrantes, pobres… As contemplativas reproduzem a dimensão de Cristo “orante”. São as pessoas chamadas a viverem nos mosteiros nos mais variados estilos.


Há vários carismas religiosos. Por exemplo, entre os homens há os franciscanos, os dominicanos, os irmãos maristas, os dehonianos, os redentoristas, os jesuítas, os salesianos, os legionários de Cristo, etc. Entre as mulheres há as carmelitas, as clarissas, as beneditinas, as camilianas, as concepcionistas, as filhas da Caridade, as mercedárias, etc.




O carisma da vida religiosa está orientado também para o mundo. É por causa do mundo. Demonstra o contraste com o mundo. Não é uma fuga, mas um compromisso. Os religiosos vivem, como testemunhas radicais de Jesus Cristo, como sinais visíveis de Cristo libertador, a total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs, a total partilha dos bens, o amor sem exclusividades, a consagração a um carisma específico, numa comunidade fraterna.


Os Votos


Numa sociedade que privilegia o poder, o(a) religioso(a) responde com a obediência. O voto de obediência é um sinal de que homens e mulheres colocam-se numa atitude de dependência.


Numa sociedade profundamente erotizada, os religiosos vivem a castidade. O voto de castidade é a oferta oblativa da própria vida. É a entrega da força vital que é a sexualidade a uma causa nobre. Vive-se a castidade canalizando a energia fundamental para as obras proféticas geradoras de vida e de esperança nas comunidades cristãs.


Numa sociedade em que há apego demasiado às coisas materiais, e em que as pessoas valem por aquilo que elas têm e não por aquilo que são, os religiosos fazem o voto de pobreza para demonstrarem que o “ter” não é tudo na vida e sim apenas um instrumento. Falar em viver a pobreza, sem ter nada em seu nome, sem buscar ambições, é um sinal profético de contraste para a sociedade que privilegia o dinheiro e o ter coisas.




Dedicar-se a Cristo é a melhor escolha
“Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse:

- Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude.
Respondeu-lhe o Senhor:
- Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada.”
Lucas 10, 38-42




Coração de Criança





“As grandes audácias são sempre das crianças.Elas nos surpreendem com as suas perguntas,com as suas respostas e com as suas ações.

O próprio Senhor vai nos dizer que, para entrarmos no Reino dos Céus,precisamos ser como as crianças.Sendo crianças,não tereis mágoas;as crianças esquecem depressa os desgostos para voltarem aos seus divertimentos habituais.

Por isso,com esse abandono,não tereis que vos preocupar,pois descansareis no Pai.São muitas pessoas que vivem constantemente estressadas, porque perderam a simplicidade das crianças.Não queiras ser grande. Criança,criança sempre,ainda que morras de velho.


Quando uma criança tropeça e cai,ninguém estranha;seu pai se apressa a levantá-la.A nossa experiência cotidiana está cheia de tropeços e quedas.Que será de nós se não formos cada vez mais criança?

Não queiramos ser grandes, mas meninos,para quando tropeçares,a mão de Deus nosso Pai nos levante”

(são José Maria Escrivá).

Peçamos a Jesus,a graça de termos um coração de criança!

Voz do papa,voz de Deus



Intenções de oração do Papa para o mês de novembro:

Papa reza por todos que são vítimas das drogas e pela Igreja na América Latina. Nas intenções de oração do Papa Bento XVI para o mês de novembro, o Santo Padre reza por todos que são vítimas das drogas e pela Igreja na América Latina.

Como intenção geral, Bento XVI pede "para que as pessoas que são vítimas da droga e de toda forma de dependência, com o apoio da comunidade cristã, encontrem na força de Deus Salvador a força para mudar radicalmente a sua vida".

E em sua intenção missionária, o Santo Padre reza "para que a Igreja na América Latina prossiga a missão continental proposta pelos bispos, inserindo-a na universal tarefa missionária do Povo de Deus".

Todos os meses, o Papa confia suas intenções ao Apostolado da Oração. Esta iniciativa é seguida por milhões de pessoas em todo mundo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

As três Árvores



Há muitos e muitos anos atrás, havia no
alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.

A primeira, olhando as estrelas disse que queria ser o baú mais precioso do mundo, cheio
de tesouros.

A segunda, olhando o riacho suspirou ao dizer que queria ser um navio grande para
transportar reis e rainhas.

A terceira olhou para o vale em que estavam e disse que queria ficar ali mesmo no alto da
montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para ela levantassem os olhos e
pensassem em Deus.

Os anos se passaram e, certo dia três lenhadores cortaram as árvores.

As três ficaram ansiosas em serem transformadas naquilo que sonharam, contudo os
lenhadores não ouviam ou não entendiam sonhos...

Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho de animais coberto de feno.

A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada num depósito.

Então, todas se perguntaram desiludidas e tristes por que isso acontecera.

Numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mãe colocou seu bebê recém nascido
naquele cocho de animais.

De repente, a primeira árvore descobriu que tinha o maior tesouro do mundo!

A segunda árvore acabou transportando um homem que acabou dormindo num barco, mas quando
a tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse:

“Silêncio! Quieto!”

E num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o Rei do Céu e da
Terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas
foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela.

Logo, sentiu-se horrível e cruel.

Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria.

E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da
humanidade e que as pessoas se lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos e desejos...

Mas sua realização foi mil vezes maior do que haviam imaginado.

Entregue seus sonhos e seus desejos a Deus.

Ele sempre lhe dará muito mais do que você pode esperar...

amizade com Deus





Nossa relação com Deus não é diferente da relação que as pessoas têm umas com as outras. As nossas relações de amizade começam com uma conversa. Se a conversa corre bem, a amizade surge. E se esta corre bem, as pessoas envolvidas experimentarão um sentimento de Unidade - de comunhão. É exatamente o que acontece entre nós e Deus.

Antes de mais nada, temos uma conversa, um diálogo,como diz santa Teresa de Jesus.

Cada pessoa vive as suas conversas com Deus à sua própria maneira - e de diferentes maneiras em diferentes momentos.

A conversa pode decorrer na intimidade de nosso quarto, quando dispomos de um momento do nosso dia especialmente para falarmos com Ele - ou pode ser uma conversa que perpassa nosso cotidiano, alcançando-nos sob a forma da próxima canção que ouvimos, do próximo filme que vemos, da próxima conferência a que assistimos, do próximo artigo que lemos( como esse,hehehe), ou da frase ocasional de um amigo que encontramos "por acaso" na rua.

Em todos os momentos e situações podemos ouvir a voz de Deus a nos falar. Isso porque Ele, que nos ama SOBRE medida,vem a nosso encontro quando vê a oportunidade de entrar em Diálogo intímo conosco.

A partir do momento em que compreendemos que estamos em permanente diálogo, é possível avançar para uma real e profunda amizade com Deus. Por isso não percamos tempo. Ele está aqui juntinho a nós! Estejamos agora em comunhão com nosso divino Amigo...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Carlo Acutis






Adolescente comove a Itália ao oferecer sua vida pela Igreja e o Papa


Carlo Acutis, falecido aos 15 anosROMA, 24 Out. 07 / 06:47 pm (ACI).- Em outubro de 2006, Carlo Acutis tinha 15 anos de idade e sua vida se apagou por uma agressiva leucemia. O adolescente, oriundo de Milão, comoveu familiares e amigos ao oferecer todos os sofrimentos de sua enfermidade pela Igreja e pelo Papa. Seu testemunho de fé, que em alguns anos poderia valer o início de um processo de beatificação, sacode nestes dias a Itália, com a publicação de sua biografia.

"Eucaristia. Minha rodovia para o céu. Biografia de Carlo Acutis" é o título do livro escrito por Nicola Gori, um dos articulistas de L’Osservatore Romano, e publicado pelas Edições São Paulo.

Segundo os editores, Carlo "era um adolescente de nosso tempo, como muitos outros. esforçava-se na escola, entre os amigos, era um grande apaixonado por computadores. Ao mesmo tempo era um grande amigo de Jesus Cristo, participava da Eucaristia diariamente e se confiava à Virgem Maria. Morto aos 15 anos por uma leucemia fulminante, ofereceu sua vida pelo Papa e pela Igreja. Sua vida suscitou profunda admiração em quem o conheceu. O livro nasce do desejo de contar a todos sua simples e incrível historia humana e profundamente cristã".

"Meu filho sendo pequeno, e sobre tudo depois de sua Primeira Comunhão, nunca faltou à celebração cotidiana da Santa Missa e do Terço, seguidos de um momento de Adoração Eucarística", recorda Antonia Acutis, mãe de Carlo.

"Com esta intensa vida espiritual, Carlo viveu plena e generosamente seus quinze anos, deixando em quem o conheceu um profundo traço. Era um moço especialista em computadores, lia textos de engenharia informática e deixava a todos estupefatos, mas este dom o colocava a serviço do voluntariado e o utilizava para ajudar seus amigos", adiciona.

"Sua grande generosidade o fazia interessar-se em todos: os estrangeiros, os portadores de necessidades especiais, as crianças, os mendigos. Estar próximo a Carlo era esta perto de uma fonte de água fresca", assegura sua mãe.

Antonia recorda claramente que "pouco antes de morrer Carlo ofereceu seus sofrimentos pelo Papa e pela Igreja. Certamente o heroísmo com a qual confrontou sua enfermidade e sua morte convenceram a muitos que verdadeiramente era alguém especial. Quando o doutor que o acompanhava perguntava se sofria muito, Carlo respondeu: ‘Há gente que sofre muito mais que eu!".

"Fama de santidade"

Francesca Consolini, postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, acredita que no caso de Carlo há elementos que poderiam levar a abertura de um processo de beatificação, quando se fizerem cinco anos de sua morte, como o pede a Igreja.

"Sua fé, singular em uma pessoa tão jovem, era poda e segura, levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros. Manifestou uma extraordinária atenção para o próximo: era sensível aos problemas e as situações de seus amigos, os companheiros, as pessoas que viviam perto a ele e quem o encontrava dia a dia", explicou Consolini.

Para a especialista, Carlo Acutis "tinha entendido o verdadeiro valor da vida como dom de Deus, como esforço, como resposta a dar ao Senhor Jesus dia a dia em simplicidade. Queria destacar que era um moço normal, alegre, sereno, sincero, voluntarioso, que amava a companhia, que gostava da amizade".

Carlo "tinha compreendido o valor do encontro cotidiano com Jesus na Eucaristia, e era muito amado e procurado por seus companheiros e amigos por sua simpatia e vivacidade", indicou.

"Depois de sua morte muitos sentiram a necessidade de escrever uma própria lembrança dele e outros comentaram que vão pedir sua intercessão em suas orações: isto fez com que sua figura seja vista com particular interesse" e em torno de sua lembrança está se desenvolvendo o que se chama "fama de santidade", explicou.

A apresentação do livro foi redigida por Dom Michelangelo Tiribilli, Abade Geral dos Beneditinos do Monte Oliveto, e se inclui o testemunho do sacerdote Gianfranco Poma, o pároco de Carlo.

Para mais informação sobre o livro escrito em italiano, pode-se visitar http://www.libreriauniversitaria.it/eucaristia-minha-autostrada-céu-biografia/libro/9788821560385

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Jovem Chiara Luce Badano é beatificada





Chiara Luce Badano

Santidade aos 18 anos


Uma jovem bela, cheia de vida, atleta, ativa.
Uma jovem normal, uma cristã.
Depois, inesperadamente a doença, a agonia, a morte.
Uma escalada rápida para o Céu.
extraído de um artigo de Michele Zanzucchi - Città Nuova

Parecia apenas mais uma entre tantos jovens do Movimento dos Focolares, os "Gen" (Geração Nova). Como vários deles, morreu cedo. Nela percebemos uma certa predileção de Deus. Lemos alguns escritos seus e soubemos do funeral, que foi definido uma "festa de núpcias". Tínhamos rezado por ela e por sua família.
Mas, seus gestos e palavras voltam regularmente à tona, graças à divulgação feita pelos seus amigos e pelo seu bispo, e graças a seus escritos, sua biografia e um vídeo amador sobre sua história. O fato é que a vida de Chiara Luce Badano continua contagiando milhares de pessoas. Como escreve o Abbé Pierre:"Os santos não estão limitados a um catálogo, e nós, certamente, cruzamos com eles todos os dias". Chiara Badano era uma destes santos da normalidade.

O nascimento tão esperado

Chiara Badano nasce em 29 de outubro de 1971, em Sassello, cidadezinha graciosa no noroeste da Itália, primeira e única filha de Ruggero Badano, caminhoneiro, e Maria Teresa Caviglia, operária, casados há 11 anos. É fácil imaginar a enorme felicidade provocada por esse nascimento. "Mesmo com esta alegria imensa, compreendemos logo – conta a mãe – que ela não era somente nossa filha, mas que era, antes de tudo, filha de Deus". A infância transcorre tranqüila. Porém com uma nota de serenidade incomum. A mãe deixa o trabalho para cuidar da filha. Diálogo e afeto se misturam com momentos em que se deve dizer "não" aos caprichos de Chiara que, querendo ou não, corre o risco de crescer mimada. "Tínhamos consciência desse risco! Por isso, desde os primeiros anos, queríamos deixar as coisas bem claras. Não perdíamos a oportunidade de ajudá-la a fazer as coisas diante de Deus", diz a mãe.

Algo muito importante

Maria Teresa conta um episódio:"Uma tarde ela chega em casa com uma linda maçã vermelha. Questionada, Chiara responde que pegou a fruta no quintal da vizinha. Explico-lhe que ela deve pedir antes de pegar e que, por isso, deve devolver a maçã, pedindo desculpas à vizinha. Mas ela fica acanhada e não quer ir. Insisto: é muito melhor dizer a verdade do que comer uma boa maçã. Então, Chiara procura aquela senhora e lhe explica tudo. À noite, nossa vizinha traz uma cesta de maçãs para Chiara, justificando: "Hoje ela aprendeu algo muito importante".

Aquele encontro aos nove anos

Chiara manifesta muito cedo um caráter generoso. Numa tarefa, quando estava no primeiro ano da escola, escrevendo ao Menino Jesus, não lhe pede brinquedos, mas:"Ajude a vovò Gilda a sarar e todas as pessoas que não estão bem". É conciliadora, embora saiba defender suas idéias e discutir com os pais. Mas esse "rompimento" dura apenas alguns minutos. Uma recordação daquele período: a mãe lhe pede que lave a louça."Não, não quero", responde ela. E vai para o quarto. Logo depois volta e diz:"Como é aquela história do Evangelho, dos dois operários que devem ir à vinha, e um diz que sim, mas não vai, e o outro diz que não, mas vai? Mamãe, me dê o avental". E lava a louça.
Fatos como estes atestam a educação cristã sólida que recebe, graças também à comunidade paroquial, ao pároco que lhe dá aulas fascinantes de catecismo, e também às amizades que Chiara constrói. Tem um fraco pelas pessoas idosas, e procura ajudá-las.

Aos nove anos participa de um encontro das Gen 3 (crianças e adolescentes dos Focolares) e conhece o ideal da unidade. Um ano depois, em 1981, seus pais participam do Familyfest, um grande encontro para famílias promovido pelo Movimento. Sua mãe conta: "Voltando para casa, dizíamos que se tivéssemos que responder quando tínhamos casado, responderíamos: quando encontramos este Ideal". Desde aquele momento, a família Badano será um exemplo de respeito, calor e unidade.
No seu diário, Chiara escreve alguns fatos simples sobre o seu esforço de construir a unidade. Por exemplo:"Uma amiga está com catapora e todos têm medo de visitá-la. Com o consentimento dos meus pais, eu levo todo dia os deveres de casa para que ela não se sinta sozinha".

Esporte, afetos e... uma viagem decisiva

Santo Agostino repetia muito que "o amor nos torna belos". Chiara é, de fato, revestida da beleza evangélica, mesmo se naturalmente já é uma jovem bela. Chiara é uma menina cheia de energia e tem um caráter bem definido. Mas, nas suas fotos o que mais atrai é o seu olhar, nem retraído nem agressivo. Apenas límpido.
A adolescência transcorre na normalidade mais absoluta. Em 1985, vai com a sua família para outra cidade a fim de cursar o ginásio. Apesar do empenho, é reprovada na oitava série. Isso a faz sofrer muito.

Com os pais surgem alguns desentendimentos, por exemplo quanto ao horário de voltar para casa. Chiara gosta muito de sair à noite com os amigos, sobretudo nos fins de semana. Mas, o afeto familiar é mais forte e chegam a um entendimento.
Chicca Coriasco, grande amiga e confidente, diz: "Ela tinha um grande preparo humano. Gostava de vestir-se bem, de pentear-se com cuidado, e às vezes, de se maquiar, mas sempre de forma discreta".
Está sempre rodeada de amigos e amigas.
É uma grande atleta:
tênis, natação, escaladas nas montanhas.
Não consegue ficar parada.
Gosta muito de dançar e cantar.


Muitos rapazes se interessam por ela, mas ela é uma sonhadora. Algumas vezes, olhando para um ou outro, diz à amiga: "Aquele me agrada". Nada além disso.

Verão de 1988. Pouco depois de saber que tinha sido reprovada em matemática, acompanha um grupo de crianças, as Gen 4, a um congresso em Roma. Sente o coração apertado por ter sido reprovada, mas não dá sinais de tristeza. Escreve aos pais: "Chegou um momento muito importante: o encontro com Jesus Abandonado. Abraçá-lo não foi fácil; mas esta manhã Chiara Lubich explicou às Gen 4 que ele deve ser o esposo delas".
Chiara Badano mantém com Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, uma densa correspondência, ma, sobretudo, um relacionamento intenso e vital até o fim, quando dirá: "Devo tudo a Deus e a Chiara". Quando lhe pediu um "nome novo", um programa de vida, a resposta foi "Chiara Luce", 'Clara Luz'. Era para lembrar que sua vida deveria ser expressão da luz de Deus .

O diagnóstico imprevisível

Um fato imprevisível. Ao jogar tênis, Chiara sente uma forte dor no ombro. De início, nem ela nem os médicos dão grande importância. Mas as dores continuam e ela precisa fazer exames mais aprofundados. O diagnóstico: sarcoma osteogênico com metástase, um dos tipos mais graves e dolorosos de tumor. Depois de um longo silêncio, sem choro nem rebelião, Chiara acolhe a notícia com coragem: "Eu vou suportar. Sou jovem", diz. Seu pai comenta, depois: "Tínhamos a certeza de que Jesus estava em nosso meio. Ele nos dava forças". Começa uma profunda transformação, uma rápida escalada à santidade.
Os tratamentos iniciam e o altruísmo de Chiara chama a atenção. Descuidando-se do repouso, sai da cama e, apesar da dor intensa provocada pela grande calosidade óssea nas costas, se dedica a uma jovem toxicodependente deprimida, acompanhando-a por toda parte: "Depois eu encontro um tempo para dormir", afirmava ela.

O filósofo Cioran se perguntava: "Já se viu um santo alegre?". Chiara Luce é assim, porque Jesus se torna sempre mais o seu "esposo". Escreve: "Jesus me mandou esta doença no momento certo".
É internada num hospital em Turim. Um gen disse: "No início íamos visitá-la para lhe dar força, mas logo vimos que não podíamos mais nos separar dela. Ela nos atraía como um ímã".
A doença se desenvolve de forma impiedosa, mas Chiara procura ter uma vida normal e alegre.


E um dos médicos, Antonio Delogu: "Chiara demonstra com seu sorriso, com seus grandes olhos luminosos, que a morte não existe; existe somente a vida". Nos meses seguintes, Chiara enfrenta duas dolorosas operações. A quimioterapia causa a queda dos cabelos, o que a faz sofrer bastante. A cada cacho de cabelo que perde, repete um simples mas intenso: "Por ti, Jesus". Os pais, sempre presentes, lembram a ela que sob aqueles sofrimentos existe um misterioso desígnio de Deus.
A um amigo, que partia para uma missão humanitária na África, ela doa todo o dinheiro que havia economizado, dizendo: "Para mim não serve, eu tenho tudo".

Nada de morfina. "Por mais um pouco de tempo, quero dividir a cruz com Ele"

Chiara narra como enfrentou uma dolorosa biópsia: "Quando os médicos começaram a fazer a cirurgia - pequena mas muito incômoda -, chegou uma pessoa, uma senhora, com um sorriso muito luminoso; era linda. Aproximou-se de mim, segurou minha mão e infundiu coragem ao meu coração. Do mesmo modo que chegou, também desapareceu: não a vi mais. Fui invadida por uma alegria imensa, e o medo que eu sentia desapareceu. Naquela ocasião entendi que, se estivéssemos sempre prontos a tudo, Deus nos mandaria muitos sinais".
Aos poucos, Chiara perde os movimentos das pernas. Afirma: "Se eu tivesse que escolher entre caminhar ou ir para o paraíso, escolheria essa última possibilidade". Não há mais esperança de cura. Chega o momento da provação, que é intensa. Mas ela não se rende, ajudada também por Chiara Lubich, que lhe escreve: "Deus tem um amor imenso por você e quer penetrar no íntimo da sua alma e fazer com que você experimente gotas de céu". Apesar das dores intensas, recusa a morfina para se manter consciente de seus atos e explica: "Não quero perder a lucidez, porque a única coisa que posso fazer é oferecer a dor a Jesus. Quero compartilhar com ele, ainda por um pouco, a sua cruz".
Chiara Luce já se comporta como uma pessoa espiritualmente madura. Um médico, Fabio De Marzi, lhe escreve: "Não estou acostumado a ver jovens como você. Sempre encarei a sua idade como o tempo das grandes emoções, das alegrias intensas, dos grandes entusiasmos. Você me ensinou que esta é, também, a idade de uma maturidade absoluta".

Aquele luz no olhar, de onde vem?

19 de julho de 1989. Chiara enfrenta uma forte hemorragia e quase morre. Nesta ocasião diz: "Não derramem lágrimas por mim. Eu vou para Jesus. No meu funeral não quero pessoas que chorem, mas que cantem forte»".
Durante a aplicação do soro na veia, Chiara comenta: "O que é esta gota que cai, em comparação com os pregos nas mãos de Jesus?". E acompanha cada gota com um: "por ti, Jesus". Recebe a visita de um cardeal que lhe pergunta: "De onde vem essa luz maravilhosa que você tem nos olhos?". E ela responde: "Procuro amar muito Jesus".
Algumas vezes acontece algo incomum -, ela pede que os pais não deixem os amigos entrarem em seu quarto. Certo dia explica sua atitude: "Não era sinal de tristeza ou de falta de afeto. Pelo contrário. Eu agia assim porque tinha dificuldade de descer do ponto no qual habitava (com Deus), para depois subir outra vez". Todos os que estavam próximos dela experimentavam uma "atmosfera de paraíso". Escreve aos amigos: "Um outro mundo me esperava e eu não podia fazer outra coisa senão abandonar-me. Mas agora me sinto envolvida por um esplêndido desígnio que pouco a pouco me é revelado".

A festa de núpcias

Num de seus últimos dias ela diz: "Não peço mais a Jesus que ele venha me buscar para me levar ao paraíso; não quero lhe dar a impressão de que não quero mais sofrer". Não pede mais a saúde, mas a capacidade de fazer a vontade de Deus. Consciente de sua situação, ela mesma prepara com a mãe o funeral, a "festa de núpcias", como costumava dizer. E explica como confeccionar a roupa; escolhe as músicas, as flores, os cantos e as leituras: "Enquanto você estiver me preparando, mamãe, deverá repetir: agora Chiara Luce está vendo Jesus".

"As expressões desse seu último período, segundo Maria Grazia Magrini, responsável pela coleta do material sobre Chiara Luce para o "processo de beatificação" – se parecem muito com as de Teresinha do Menino Jesus". E lembra uma das últimas frases da santa: "É preciso saber morrer de alfinetadas antes de morrer por golpes de espada".
Domingo, 7 de outubro de 1990, 4h. O momento do encontro com o seu "esposo". Ao seu lado estão o pai e a mãe. Do lado de fora da porta, os amigos. Clima de paz e quase de naturalidade. Suas últimas palavras são dirigidas à mãe: "Tchau. Esteja feliz porque eu estou feliz".
Duas mil pessoas participam do funeral. Fala-se de paraíso, de alegria, de escolha radical de Deus, segundo o exemplo de Chiara Luce. Na homilia, o bispo diz: "Eis o fruto da família cristã, de uma comunidade de cristãos, o resultado de um Movimento que vive o amor recíproco e tem Jesus em meio".

Os efeitos da sua experiência continuam após a sua morte, naqueles que dela tomam conhecimento, pois sentem-se impulsionados a viver com radicalidade o Evangelho, e a escolher Deus como tudo. É uma "santidade" contagiosa.

"Sejam uma geração de santos"

A este ponto é espontâneo perguntar: quem é santo nos dias de hoje? Certamente, só Deus é santo. Mas nas Escrituras lê-se: "Sejam santos, porque eu sou santo". Nos Atos dos Apóstolos, os cristãos são chamados simplesmente de "santos". Santo é aquele que reflete a única santidade, a de Deus, manifestando virtudes provadas, caridade sem limites, confiança total em Deus. Então, Chiara Luce parece ser assim.
Um último aspecto deve ser enfim colocado em relevo. O Cardeal Martini escreve: "A santidade acontece em cachos, não é somente um grão, mas o seu conjunto que se torna fermento, sal da terra, luz do mundo". Chiara Lubich desde o nascimento dos gen, quis popror aos jovens do Movimento um projeto elevado: "Sejam uma geração de santos".Pois bem, Chiara Luce não está só, porque outros numerosos jovens do Movimento dos Focolares morreram com as mesmas disposições que ela. Para três deles já foram iniciados os processos de beatificação.
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Chiara Luce foi beatificada no dia 25 de outubro deste ano.
Bem-aventurada Chiara Luce, rogai por nós....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"Ficar sempre pequena..."




Sempre quis ser santa, mas via-me sempre tão fraca e imperfeita(...) em lugar de me desencorajar, eu me disse: o Bom Deus não seria capaz de inspirar desejos irrealizáveis, portanto, posso em minha pequenez aspirar à santidade; tornar-me grande é impossível, devo me aceitar como sou, com todas as minhas imperfeições, mas quero procurar um meio de ir para o Céu por um pequeno caminho bem reto, bem curto, um pequeno caminho completamente novo. Nós estamos em um século de invenções, agora não vale mais a pena escalar degraus de uma escada se entre os ricos um elevador a substitui com vantagens. Por mim, gostaria de também encontrar um elevador que me elevasse até Jesus, porque sou muito pequena para subir a difícil escada da perfeição. (...) O elevador que deve me levar para o Céu são seus braços, oh Jesus! Por isso não tenho necessidade de crescer; ao contrário, é preciso que eu permaneça pequenina, que eu me torne menor cada vez mais...

Santa Teresa do Menino Jesus

Livres para escolher





Muitas práticas religiosas não atraem por lhes faltar consistência



Há encontros e palavras de Jesus que dizem respeito a determinadas pessoas. Ao apóstolo Pedro foi confiada uma missão específica de ser rocha firme na edificação da Igreja. Testemunhas escolhidas de acontecimentos decisivos são o próprio Pedro, com Tiago e João. Doze são apóstolos, colunas do novo Israel de Deus, setenta e dois são os primeiros discípulos. O Evangelho relata que algumas mulheres acompanhavam o Senhor, servindo-O e aos Seus apóstolos com seus bens. Aquela que foi chamada apóstola dos apóstolos foi Maria Madalena. Um, dois, doze, setenta e dois...


Mas há uma outra categoria de destinatários da ação e da Palavra de Jesus: a multidão. Chama atenção o fato de que palavras muito exigentes sejam dirigidas a todos: “Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: Se alguém vem a mim, mas não me prefere a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 25-26). Trata-se de uma provocação positiva à liberdade humana, chamada a tomar decisões que determinam um rumo de eternidade.


Jesus pede definições! Os chamados conselhos evangélicos da pobreza, castidade e obediência são destinados, na justa medida, a todos os que querem segui-Lo (cf. Lc 14, 25-35). Não se trata de privilégios dos religiosos ou religiosas. “Qualquer de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo”! É a pobreza, liberdade em relação aos bens materiais. Mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas deverão confrontar-se com escolhas correspondentes aos valores que norteiam suas vidas e aqueles materiais, por mais importantes que sejam, só servirão para o bem se se submeterem ao bem maior. Além disso, no fim de sua caminhada na terra, na páscoa pessoal da morte, só passará o amor. Todos os bens ficarão do lado de cá!


Livres diante dos afetos: “Se alguém vem a mim, mas não me prefere a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, não pode ser meu discípulo”. Quando alguma pessoa é transformada em ídolo, ficando Deus em segundo plano, os afetos serão desequilibrados. Se Deus passa na frente, o amor às pessoas mais queridas será límpido, sem tomar posse uns dos outros. É o sentido transparente e universal da Castidade!


“Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo”. Renunciar à própria vida! De fato, quem não encontrou a quem obedecer não se realiza plenamente, pois se fechará no terrível individualismo que conduz à infelicidade. E o melhor ponto de referência para a obediência, que significa “prontidão para ouvir”, é o próprio Deus.


Não estamos diante de recomendações piedosas, destinadas a um pequeno grupo, mas de decisões com as quais jogamos o sentido de nossa existência, tanto que, sem tais escolhas, somos parecidos com o homem que começou a construir e, não tendo como acabar, torna-se objeto de zombaria (cf. Lc 14, 29-30). Infelizmente, muitas práticas religiosas em nosso tempo não atraem por lhes faltar a consistência das escolhas. Estas sim, mesmo os que pensam de forma diferente as respeitarão, pois coerência de vida não se discute!


Não aconteça com os cristãos de nosso tempo, em sua batalha contra o mal, serem soldados sem estratégia (cf. Lc 14, 31-33). Superficialidade não convence ninguém! As armas adequadas estão à disposição de quem sabe escolher a Deus, reconhecendo-O mais importante do que todos os bens, afetos e até a própria vida. Quem assim se encontra municiado, participará da vitória que vence o mundo, não destruindo-o, mas o envolvendo na torrente infinita do amor de Deus Pai. “Eu vos disse estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições. Mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33).


Cristãos com coluna vertebral! É o que clama nosso tempo. Estes serão sal para dar gosto ao mundo. “O sal é bom. Mas se até o sal perder o sabor, com que se há de salgar? Não serve nem para a terra, nem para o esterco, mas só para ser jogado fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lc 14, 34-35).

Dom Alberto Taveira Correa
Arcebispo de Belém - PA


Adaptado do site da Canção Nova

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma só palavra...






“Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres em minha humilde morada, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas dizei uma só palavra e o meu servo será curado. Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.” (Lc 7,1-10)

Há dias e horas em que a palavra de Deus nos "rasga" de alto a baixo e alarga os horizontes do tempo fazendo-nos mergulhar na imensidão do infinito e (e)terno amor desconcertante de Deus.

Hoje é um desses dias!

Na fonte da Palavra desconcerta-me não a atitude de Jesus, pois Ele é sempre o primeiro a dizer-nos, a revelar-nos e a mostrar-nos, que as nossas medidas não podem tolher o dom da salvação, mas enternece-me, particularmente, a simplicidade-humildade do centurião...


Hoje desejo ter essa atitude, com um coração de filho, consciente de que há sempre mais (muito mais!!) para aprender e muito pouco para ensinar.Por isso nasce em meu coração esta oração:



Senhor,

venho a ti,

de pés descalços,

de mãos vazias e coração contrito,

também "eu não sou digno de que entres na minha casa",

mas porque creio e sei que és infinitamente misericordioso

dá-me a graça de sempre me sentir amado e acolhido em Ti

e na hora das dúvidas, do medo ou da provação

sussurra-me, à inteligência e ao coração,

com a força do Teu Espírito Santo,

a certeza serena de que és Amor-infinito...

um Deus sempre pronto a (re)começar.




“Como não abrir nosso coração à certeza de que, ainda que sejamos pecadores, somos amados por Deus? Ele jamais se cansa de vir ao nosso encontro, de ser o primeiro em percorrer o caminho que nos separa Dele. (…) Só a fé pode transformar o egoísmo em alegria e voltar restabelecer as relações adequadas com o próximo e com Deus.”
(Papa Bento XVI)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um Deus "simpático" e a compaixão pela humanidade





Deus não é apático nem indiferente; é Deus “simpático”

Na encíclica Spe Salvi, o Papa Bento XVI oferece-nos uma página bela, densa e iluminante sobre a riqueza, a atualidade e o alcance do nosso tema:

(...) Na história da humanidade, cabe à fé cristã precisamente o mérito de ter suscitado no homem uma nova profundidade.

A fé cristã mostrou-nos que verdade, justiça, amor não são simplesmente ideais, mas realidades de imensa densidade.

Com efeito, mostrou-nos que Deus – a Verdade e o Amor em pessoa – quis sofrer por nós e conosco. S.Bernardo de Claraval cunhou esta frase maravilhosa: Impassibilis est Deus, sed non incompassibilis – Deus não pode padecer, mas pode compadecer(SOFRER COM).

O homem tem para Deus um valor tão grande que Ele mesmo se fez homem para padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue, como nos é demonstrado na narração da Paixão de Jesus. A partir daí entrou em todo o sofrimento humano Alguém que partilha o sofrimento e a sua suportação; a partir daí se propaga em todo o sofrimento a con-solatio, a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança” (n. 39).


O nosso Deus não é apático, indiferente à dor humana, mas Deus simpático, no sentido original do termo, que sofre conosco. A compaixão é a resposta de Deus à paixão do homem e manifesta-se de modo perfeito na cruz, como o afirma claramente Heb 4, 15:

"Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado."

"Poder-se-ia dizer: a cruz de Cristo é a compaixão de Deus com o mundo” (Bento XVI)

Existe uma só paixão e compaixão que é realmente redentora, a paixão e a compaixão de Deus: “Deus Amor que está na origem de todos os amores é atingido por todas as dores humanas e todas as vezes que o homem sofre, há uma ferida no amor de Deus” (M. Zundel).

A paixão de Deus é a “passio caritatis” ou “passio misericordiae” de que falava Orígenes, a capacidade infinita e indizível do seu amor de compadecer-se de quem padece e pôr-se a seu lado e no seu lugar.

Devemos, por fim, deixar-nos interpelar pelo significado da compaixão para uma espiritualidade cristã nos nossos dias e na cultura atual.

Também para o cristão de hoje, este é um caminho: partilhar o sofrimento dos outros e do mundo e testemunhar-lhes a luz da fé, da esperança e do amor.

Eis o desafio para o cristão e para a Igreja de hoje: Ser uma presença ativa da COM-paixão de Deus pela humanidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Deus vê em cada um a alma que há que salvar, diz Papa





Meditação no Angelus deste domingo, 31-10-10

CIDADE DO VATICANO, domingo, 31 de outubro de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI assegurou que Deus vê em cada pessoa uma alma que há de salvar. Durante o encontro dominical com milhares de peregrinos, o pontífice comentou a passagem que a liturgia deste domingo apresentava: a conversão de Zaqueu, um arrecadador de impostos do imperador romano.

“Deus não exclui ninguém, nem pobres nem ricos. Deus não se deixa condicionar por nossos preconceitos humanos, mas vê em cada um uma alma que há que salvar, e o atraem especialmente aquelas almas que são consideradas perdidas e que assim o creem elas mesmas”, afirmou o Papa, dirigindo-se desde a janela de seu apartamento aos milhares de peregrinos na praça de São Pedro.

Esse era precisamente o caso de Zaqueu, o chefe dos publicanos de Jericó, importante cidade do rio Jordão, depreciado por seus compatriotas judeus por sua falta de honestidade, e quem recebeu Jesus em sua casa.

Sabendo que as pessoas criticariam sua decisão de visitar a casa de um “pecador público”, Jesus “quis arriscar e ganhou a aposta”, assegurou o Papa. “Zaqueu, profundamente impressionado pela visita de Jesus, decide mudar de vida, e promete restituir o quádruplo do que roubou”.

“Jesus Cristo, encarnação de Deus, demonstrou esta imensa misericórdia, que não tira nada à gravidade do pecado, mas que busca sempre salvar o pecador, oferecer-lhe a possibilidade de resgate, de voltar a começar, de se converter”, acrescentou o Papa.

O Papa concluiu a meditação sobre o Evangelho reconhecendo que “Zaqueu acolheu Jesus e se converteu, pois Jesus tinha sido o primeiro a acolhê-lo”.

“Não o havia condenado, mas tinha respondido a seu desejo de salvação. Peçamos à Virgem Maria, modelo perfeito de comunhão com Jesus, que experimentemos a alegria de receber a visita do Filho de Deus, de ficar renovados por seu amor, e transmitir aos demais sua misericórdia”, disse o Papa

02 de Novembro: Dia dos fíeis defundos






RIO DE JANEIRO, (ZENIT.org) – Neste início de novembro, em que a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, recorda aos fiéis a importância de rezar pelos falecidos e de reafirmar a certeza na ressurreição.

“São celebrações, como a de Finados, que nos unem aos nossos irmãos e irmãs já falecidos, que se encontram na casa do Pai, ‘onde existem muitas moradas’, e, muitos já fazem parte na comunhão dos santos da Igreja celeste como os Santos e Santas”, afirma Dom Orani, em artigo divulgado à imprensa na quinta-feira.
O arcebispo explica que com o termo comunhão dos santos afirma-se a existência de uma íntima união sobrenatural entre todos os que são membros do Povo de Deus, comunhão que envolve todos os crentes que foram incorporados pelo batismo na Igreja.
“A Igreja é essencialmente uma comunhão dos santos, tanto entre os fiéis ainda caminhantes para a eternidade, como para os que já nesta se encontram.”
“É um vínculo de amor e uma abundante e permanente troca de bens espirituais, que a todos beneficia na santidade. Existe uma comunhão espiritual que nos une a todos os batizados, aqueles que morrem na fé e na graça, laços estes que não se rompem com a morte”, afirma.

“Nós, cristãos desse mundo – prossegue Dom Orani –, não cortamos os nossos laços com a Igreja que já se encontra na presença do Pai, mas os que estão lá contam com as nossas orações.”
“Desde os tempos apostólicos, baseada na crença da unidade e do poder da oração, e na comunhão do santos, sempre aconteceu a oração pelos que já se foram, para que estes intercedessem junto de Deus, e que eles também contassem com as nossas orações, tal como contaram em vida com o nosso amor e a nossa atenção.”
Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro, a ressurreição de Jesus “aponta sempre para a plenitude da vida. Em toda a liturgia do Dia de Finados a Igreja quer, portanto, celebrar a vida”.

“Viveremos no amor incomparável, no amor sem egoísmo, onde acontecerá a verdadeira partilha numa comunidade sem fronteiras e barreiras humanas, que tanto insistimos em levantar nesse nosso mundo. Nossa oração deve ser, sim, de agradecimento pela vida que nossos irmãos e irmãs têm agora em abundância.”
Ainda de acordo com o arcebispo, celebrar o Dia de Finados “significa professar a fé, a vida e a esperança. Para a escuridão da morte, que a todos angustia, temos, como cristãos, a certeza da ressurreição”.
“A celebração deve estar em torno da morte e ressurreição de Jesus, que é alimento constante na forma de viver uma fé sólida e que nos quer solidários no amor, inclusive com os falecidos.”
De acordo com Dom Orani, a vida do cristão “deve ser esse processo contínuo no amor, e não caminhada para morte. Este compromisso com a vida, talvez o ideal mais perfeito da comunhão dos santos, pode ser uma maneira concreta de sermos solidários com os falecidos”.