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quinta-feira, 23 de julho de 2009

CONSOLADORA DOS AFLITOS


Maria foi consoladora dos aflitos, desde sua vida terrestre. Em relação a Jesus, sobretudo no Calvário. Depois da Ascensão, em relação aos apóstolos, no meio das imensas dificuldades que encontraram para a conversão do mundo pagão, Maria lhes obtinha de Deus o espírito de força e uma santa alegria no sofrimento. Durante a lapidação de santo Estevão, primeiro mártir, ela devia assisti-lo espiritualmente por suas preces. Tirava os infelizes de seu abatimento, lhes obtinha a paciência para sofrer a perseguição. Vendo tudo o que ameaçava a igreja nascente, resistia firme, guardando um rosto sereno, expressão da tranqüilidade de sua alma, de sua confiança em Deus. A tristeza nunca tomava conta de seu coração. O que conhecemos da força de seu amor a Deus faz pensar, dizem os autores piedosos, que ela permanecia alegre nas aflições, que não se lamentava na indigência e na privação, que as injurias não podiam embaciar as graças de sua mansidão.Somente por seu exemplo confortava muitos infelizes acabrunhados de tristeza. Suscitou muitos santos que foram como ela, consoladores dos aflitos, tais como santa Genoveva, santa Isabel, santa Catarina de Sena, santa Germana de Pibrac.

O Espírito Santo é chamado consolador sobre tudo porque nos faz verter lágrimas de contrição que lavam nossos pecados e nos restitui a alegria da reconciliação com Deus. Pela mesma razão, a Santa Virgem é a consoladora dos aflitos, fazendo-os chorar santamente suas faltas.

Não somente ela consola os pobres com o exemplo de sua pobreza e com seu socorro, mas está particularmente atenta a nossa pobreza escondida, compreende a privação secreta do coração e nela nos assiste. Maria tem a inteligência de todas as nossas necessidades e dá o alimento do corpo e da alma aos indigentes que a ela imploram.

Quantos cristãos não consolou nas perseguições, quantos possessos ou almas tentadas livrou, quantos náufragos não salvou da angustia; quantos moribundos assistiu e fortificou lhes lembrando os méritos infinitos de seu Filho.

Ela vai também adiante da almas depois da morte. São João Damasceno diz em seu sermão sobre a Assunção: “Não foi a morte, ó Maria, que a tornou bem-aventurada, fostes vós que a embelezou e a tornou graciosa, desembaraçando-a do que tinha de lúgubre.”

Ela ameniza os rigores do purgatório e providencia para os que sofrem as orações dos fieis a quem inspira para mandarem celebrar missas pelos defuntos.

Enfim, como consoladora dos aflitos, Maria, soberana sem restrições, faz sentir de certo modo sua misericórdia até no inferno.Santo Tomas diz que os condenados são punidos menos do que merecem,”puniuntur citra condignum", pois a misericórdia divina se une sempre à justiça mesmo em seus rigores. E esse alívio provem dos méritos do Salvador e os de sua santa Mãe. Segundo santo Odilon de Cluny, no dia da Assunção o inferno é menos penoso do que nos outros dias.

Consoladora dos aflitos, ela o é no curso dos séculos nas formas mais variadas segundo a extensão do conhecimento que tem da aflição das almas humanas em seus estados da vida.

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