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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As pistas de Deus: Como encontrá-lo?



Onde está Deus? Essa foi a pergunta que me fiz em minha oração pessoal hoje. Relembrei meus momentos da infância, onde meu coração de menino tinha tantas perguntas, perguntas tão grandes que me levavam a contemplar a altura de Deus. Como era bom sentir-se assim, pequenininho diante da grandeza de Deus que me ultrapassa. Hoje me vi como esse menininho de anos atrás.Olhei para as nuvens e disse: Senhor, onde estás? Mas foi tão bom perguntar isso, me encheu de tanta paz...mas sei que nem sempre essa pergunta vem assim, com paz, então decidi escrever sobre essa nossa busca de Deus.


Se somos criaturas criadas à imagem e semelhança de Deus, isto significa que existe no ser humano uma marca distintiva de qualquer outro ser vivo, que possibilita o reconhecimento do Criador. Não se trata de transportarmos em nós um sinal, porque de fato não o transportamos. O que somos já é um sinal da presença de Deus!


Santo Agostinho dizia magistralmente: "Tu nos criaste pra ti Senhor, e Inquieto estará nosso coração enquanto não repousar em ti." 


Existe em nós esse desejo de buscá-lo, essa inquietação que nos move a irmos atrás Daquele que nos fez. Mas surge a questão: Como encontrá-lo?  Sei que está questão está em muitos corações, que como o meu estão também inquietos de achá-lo.




O problema está em determinar o modo desta presença que se nos escapa. Como podemos descobrir a presença Amorosa de Deus em meio a nossa realidade e em nosso mundo? Como Deus que criou o tempo e o espaço (isso significa que não se limita a eles) pode ser encontrado no tempo e no espaço?

Quando, por exemplo, dizemos que nos encontramos com alguém ao inicio da tarde na Avenida 13 de maio, significa como é óbvio que aquela hora tanto eu como a outra pessoa não estávamos em casa. Tanto temporalmente – inicio daquela tarde – como espacialmente – Avenida 13 de maio – podemos circunscrever um determinado encontro. 






Outro exemplo. Quando  paro diante de um quadro de um pintor famoso como Rembrandt, percebo-me que há qualquer coisa – o traço da pintura, a representação das figuras – que assinala a presença do pintor holandês, embora o que esteja ali seja apenas uma pintura. 



Talvez seja este, outro modo de querer encontrar Deus: se nós somos obras suas, telas vivas de sua arte, então ,tal como o quadro de Rembrandt, concluímos que Ele está presente em suas criaturas,
representado nelas, refletido em seus traços. 




Deus, que também está presente no mundo concreto, embora não se prenda nele, se "esconde", ou melhor, se revela com certeza em suas criaturas, dando a elas reflexos de sua presença.







Talvez esta seja uma pista: a partir de um encontro humano, tentamos adivinhar como será a presença de Deus. Mas, esta indução terá que ter ressalvas, pois poderá trazer um sabor amargo se buscarmos transferir para Deus todas as nossas experiencias humanas. 


Deus, que se deixa relevar pelas criaturas não se prende nelas.Deus é maior que nossas experiencias humanas, da mesma forma que um pintor é diferente de sua pintura, embora ela revele algo dele.






Por isso, precisamos ter cuidado para não vivermos agarrados somente aos sinais de Deus.Deus é maior que seus sinais! É como se, ao buscarmos encontrar a pessoa que amamos, paramos numa placa de transito que nos ajuda a encontrar o sentido onde mora essa pessoa.  


Então, como é que descobrimos, encontramos esse Senhor, chamado Deus?


Embora, Deus não se deixe encerrar no tempo e no espaço não significa que eu não possa ter um encontro quotidiano com Deus. 


Se é verdade que Ele ultrapassa qualquer experiência humana, não é menos verdade que Ele se dá a conhecer. Mas, parece-me que para decifrar esta presença afetiva, efetiva e sutil  é necessário uma sensibilidade atenta. 




Atenta para – à semelhança do profeta Elias – descobrir que Ele não está no “fogo”, nem no tumulto mas na linguagem do “sussurro”, da brisa suave.... É esta a linguagem quotidiana que habita a própria criação, manifestando-se através de uma marca distintiva e inequívoca de Deus. Encontramos então, dentro de nós, três pistas para descobrirmos Deus em nosso dia-a-adia:



1) Fé (capacidade de olhar a história com uma confiança tremenda que ultrapassa o mero atrevimento humano).

2) Esperança (a experiência de intuir um futuro como lugar que não traz ameaça senão a abertura para o sentido).


3) Caridade (de quem se aproxima do outro como resposta a um apelo da bondade e da beleza).

Será este o modo de Deus fazer-se presente? Creio que a Fé, a Esperança e a Caridade, essas três virtudes teologais, são nossas pistas de Deus...Por isso, o busquemos de todo o nosso coração com a certeza de que Ele se deixa encontrar...ah sim, Ele está bem perto...descubra-o




"Ó Deus, tu és o meu Deus forte, eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, sedenta de água. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver tua força e a tua glória. Porque a tua Graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam. Assim, cumpre-se bendizer-te enquanto eu viver; a teu nome , levanto as mãos" Salmo 34, 1-3


Quando contemplo os teus Céus, obra de teus dedos,e  a lua e as estrelas que estabeleceste, penso, o que é o homem para que dele te lembres, o o filho do homem para que o visites? Fizeste-o, no entanto, um pouco menor do que Deus e de glória e honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobra as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR NOSSO, QUÃO MAGNÍFICO EM TODA A TERRA É O TEU NOME! " Salmo 145, 1-6


Dedico esse texto a todos os inquietos de Deus....hehehehe....



Um bom dia a todos!



Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa! Era isso que eu estava precisando. Muito bom o texto, parabéns!