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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

João Paulo II, O Papa da Divina Misericórdia


- por: Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, Arcebispo de Sorocaba/SP.

Papa João Paulo II foi beatificado, ou seja, declarado pela Igreja bem-aventurado, em latim beatus, em grego makarios

A palavra bem-aventurança, em latim beatitudo, aparece no sermão da Montanha, quando Jesus proclama: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus”(cf. Mt 5). 

Algumas traduções colocam como sinônimo a palavrafelizes. A bem-aventurança é de fato o estado de felicidade plena prometido por Jesus aos que o seguissem fielmente. 

A beatificação é uma declaração da Igreja, através do papa, sobre a santidade de uma pessoa que viveu com radicalidade a mensagem de Jesus, podendo, pois, ser venerada pelos fiéis. 

O Rito de Beatificação de João Paulo II teve a presidência do Santo Padre o Papa Bento XVI, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no segundo domingo da páscoa, domingo da Divina Misericórdia, festa litúrgica instituída pelo próprio João Paulo II. 

O milagre, exigência para a beatificação, foi a cura do mal de Parkinson de uma religiosa francesa Marie Simon-Pierre, do Instituto das Pequenas Irmãs das Maternidades Católicas. 

O mal foi diagnosticado em 2001. A cura se deu na noite de 2 para 3 de junho de 2005 quando ela tinha 44 anos. Com a notícia da morte de João Paulo II, que sofria da mesma doença, Ir. Marie e suas companheiras de congregação começaram a invocar a sua intercessão.

Ela narra a experiência por ela vivida: 

“Após o diagnóstico, era difícil para mim ver João Paulo II na televisão. Sentia-me, no entanto, muito próxima a ele na oração e sabia que podia compreender aquilo que ele vivia.

 Admirava também sua força e coragem, que me estimulavam a não me entregar e a amar este sofrimento. Somente o amor teria dado sentido a tudo isso. 

Era uma luta cotidiana, mas o meu único desejo era de vivê-la na fé e aderir com amor à vontade do Pai.” 

Com o anúncio do falecimento de João Paulo, a freira diz que sentiu como se o mundo tivesse vindo abaixo: "Havia perdido o amigo que me compreendia e me dava forças para seguir adiante. 

Naqueles dias, senti um grande vazio, mas tive também a certeza da Sua presença viva”. 

Em 14 de maio, um dia após a dispensa pontifícia dos cinco anos de espera para o início da Causa de beatificação, as irmãs de todas as comunidades francesas e africanas começaram a pedir incessantemente a intercessão de João Paulo II para a cura de Irmã Marie. 

Em 2 de junho de 2005, cansada e oprimida pela dor, a religiosa manifesta à Superiora a intenção de ser liberada do trabalho profissional, junto a um hospital, como enfermeira. No entanto, a Superiora convida-a a confiar na intercessão de João Paulo II. Irmã Marie passa uma noite tranquila e, ao despertar, se sente curada. 

As dores desaparecem e não sente nenhuma rigidez nas articulações. Era o dia 3 de junho de 2005, festa do Sagrado Coração de Jesus. Ao procurar seu médico, ele constata a cura. "Hoje posso dizer que o amigo que deixou nossa terra está agora muito próximo de meu coração. 

Fez crescer em mim o desejo pela Adoração ao Santíssimo Sacramento e o amor à Eucaristia, que tem um lugar prioritário na minha vida diária. O que o Senhor me permitiu viver por intercessão de João Paulo II é um grande mistério, difícil de explicar em palavras, mas nada é impossível para Deus", exclama.

“No dizer do diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Pe. Frederico Lombardi, a vida de João Paulo II e seu pontificado foram marcados “pelo desejo de dar a conhecer ao mundo todo a consoladora e entusiasmante grandeza da misericórdia de Deus”.

 Hoje, segundo domingo da Páscoa, por determinação de João Paulo, ficou sendo o domingo da Divina Misericórdia. Foi nesse mesmo dia, 30 de abril do ano 2000, que o Papa João Paulo II canonizou Santa Faustina. 

Entrego ao leitor dois pequenos trechos da pregação de João Paulo II na Missa de canonização da Santa: “Antes de pronunciar estas palavras, Jesus mostra as mãos e o lado. Isto é, indica as feridas da Paixão, sobretudo a chaga do coração, fonte onde nasce a grande onda de misericórdia que inunda a humanidade.

Daquele Coração a Irmã Faustina Kowalska, a Beata a quem de agora em diante chamaremos Santa, verá partir dois fachos de luz que iluminam o mundo: 

Os dois raios, explicou-lhe certa vez o próprio Jesus representam o sangue e a água.” "Jesus disse à Irmã Faustina: 'A humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina'. 

Através da obra da religiosa polaca, esta mensagem esteve sempre unida ao século XX, último do segundo milênio e ponte para o terceiro. Não é uma mensagem nova, mas pode-se considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais intensa o Evangelho da Páscoa, para o oferecer como um raio de luz aos homens e às mulheres do nosso tempo”. 

Bem-Aventurado João Paulo II, rogai a Deus por nós!

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