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domingo, 14 de novembro de 2010

Vocação religiosa: Testemunho de Cristo





Há três vocações específicas na vida do cristão e cada homem, cada mulher, é chamado a uma delas.


Há a vocação sacerdotal, à qual são chamados os homens cuja missão é pastorear as ovelhas da Igreja, consagrar o Corpo de Cristo, representar Jesus no meio da humanidade.


Há a vocação leiga, à qual são chamados os homens e mulheres cuja missão é formar suas famílias e criar novos homens e novas mulheres, guiando, com suave firmeza, seus filhos no caminho rumo a Deus.


E há a vocação religiosa. A esse caminho são chamados os homens e mulheres cuja missão é servir a Deus e aos irmãos, vivendo uma vida de oração e trabalho em prol de toda a humanidade.




Consagrar a vida a Deus. Dedicar a Cristo toda a liberdade, todos os desejos, toda a vontade, toda a comodidade. Aos nossos olhos, contaminados pela superficialidade do mundo, isso pode parecer algo difícil, radical, árido. Difícil? Não há dúvida: nenhuma grande aventura segue por caminhos de pétalas – e não pode haver aventura maior do que partir em busca de Deus. Radical? Num certo sentido, sim, pois significa abandonar todo o excesso, todo o supérfluo para dedicar apenas ao que realmente vale a pena. Árido? Nunca: nada pode ser mais prazeroso e reconfortante do que a companhia de Deus. Assim é a vocação religiosa: a vocação assumida por monges,irmãos, irmãs.


Essa vocação é assumida por pessoas que se sentiram chamadas por Deus a doarem suas vidas por uma causa. Trata-se da consagração a Deus assumindo os votos de pobreza, castidade e obediência, ingressando numa Congregação ou Ordem Religiosa. Os religiosos e religiosas são os sinais visíveis do amor de Jesus Cristo pela sua Igreja e pelo mundo.




As congregações religiosas são mais de oitocentas (masculinas e femininas) e todas têm um carisma específico, deixado pelos fundadores. As Congregações podem ser apostólicas e contemplativas. As apostólicas estão inseridas nas atividades da Igreja, no meio da sociedade e do mundo. Atuam junto às paróquias, escolas, doentes, crianças, jovens, migrantes, pobres… As contemplativas reproduzem a dimensão de Cristo “orante”. São as pessoas chamadas a viverem nos mosteiros nos mais variados estilos.


Há vários carismas religiosos. Por exemplo, entre os homens há os franciscanos, os dominicanos, os irmãos maristas, os dehonianos, os redentoristas, os jesuítas, os salesianos, os legionários de Cristo, etc. Entre as mulheres há as carmelitas, as clarissas, as beneditinas, as camilianas, as concepcionistas, as filhas da Caridade, as mercedárias, etc.




O carisma da vida religiosa está orientado também para o mundo. É por causa do mundo. Demonstra o contraste com o mundo. Não é uma fuga, mas um compromisso. Os religiosos vivem, como testemunhas radicais de Jesus Cristo, como sinais visíveis de Cristo libertador, a total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs, a total partilha dos bens, o amor sem exclusividades, a consagração a um carisma específico, numa comunidade fraterna.


Os Votos


Numa sociedade que privilegia o poder, o(a) religioso(a) responde com a obediência. O voto de obediência é um sinal de que homens e mulheres colocam-se numa atitude de dependência.


Numa sociedade profundamente erotizada, os religiosos vivem a castidade. O voto de castidade é a oferta oblativa da própria vida. É a entrega da força vital que é a sexualidade a uma causa nobre. Vive-se a castidade canalizando a energia fundamental para as obras proféticas geradoras de vida e de esperança nas comunidades cristãs.


Numa sociedade em que há apego demasiado às coisas materiais, e em que as pessoas valem por aquilo que elas têm e não por aquilo que são, os religiosos fazem o voto de pobreza para demonstrarem que o “ter” não é tudo na vida e sim apenas um instrumento. Falar em viver a pobreza, sem ter nada em seu nome, sem buscar ambições, é um sinal profético de contraste para a sociedade que privilegia o dinheiro e o ter coisas.




Dedicar-se a Cristo é a melhor escolha
“Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse:

- Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude.
Respondeu-lhe o Senhor:
- Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada.”
Lucas 10, 38-42




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