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sábado, 12 de fevereiro de 2011

"Eliminar Deus da educação destrói círculo do saber," diz Papa Bento XVI


Papa recebe participantes da plenária do dicastério para a Educação Católica

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - O Papa Bento XVI sublinhou hoje a importância da presença de Deus no contexto da educação, ao receber em audiência os participantes da Plenária da Congregação para a Educação Católica.

"O Beato John Henry Newman falava do ‘círculo do saber' para indicar que existe uma interdependência entre os diversos ramos do conhecimento", explicou, citando o cardeal inglês que foi recentemente beatificado, durante sua viagem à Grã-Bretanha, em setembro passado.

"Mas Deus e só Ele está relacionado com a totalidade do real e, consequentemente, eliminar Deus significa romper o círculo do saber."

Para Bento XVI, a educação e a formação são "um dos desafios mais urgentes que a Igreja e suas instituições estão chamadas a enfrentar".

"A tarefa educativa parece ter-se tornado cada vez mais árdua, porque, em uma cultura que muitas vezes faz do relativismo seu credo, falta a luz da verdade; em contraste, é considerado perigoso falar da verdade, infiltrando-se, assim, a dúvida sobre os valores básicos da existência pessoal e comunitária", reconheceu.

Por isso, "é importante o serviço que levam a cabo no mundo inteiro as numerosas instituições de ensino que se inspiram na visão cristã do homem e da realidade".

"Educar é um ato de amor, exercício da ‘caridade intelectual', que exige responsabilidade, dedicação, coerência de vida."

Portanto, disse ele, tanto as universidades como as escolas católicas, "com sua identidade específica e abertura à ‘totalidade' do ser humano, podem realizar um trabalho valioso para promover a unidade do saber, orientando estudantes e professores à Luz do mundo, à ‘luz verdadeira que ilumina todo homem'".

O Papa exortou os presentes à "coragem de proclamar o valor ‘amplo' da educação, para formar pessoas sólidas, capazes de colaborar com os outros e de dar sentido à própria vida", e a uma "fidelidade valente e inovadora, que saiba conjugar a consciência clara da própria identidade com a abertura à alteridade, pelas exigências do viver juntos nas sociedades multiculturais".

O Pontífice também falou sobre o ensino da religião, que, segundo ele, "contribui amplamente não só para o desenvolvimento integral do aluno, mas também para o conhecimento dos outros, para a compreensão e o respeito mútuos".

Importância do seminário

O Papa quis recordar que a Congregação para a Educação Católica foi criada em 1915, por Bento XV, e realiza um trabalho importante para atender as instituições católicas de ensino.

Entre estas, destacou em particular o seminário, "uma etapa preciosa da vida, na qual o candidato ao sacerdócio faz a experiência de ser ‘um discípulo de Jesus'".

Para esse tempo destinado à formação, explicou, "é preciso certo desapego, certo 'deserto', porque o Senhor fala ao coração com uma voz que é ouvida quando há silêncio; mas também a disponibilidade para viver juntos, para amar a ‘vida de família' e a dimensão comunitária, que antecipam essa ‘fraternidade sacramental' que deve caracterizar todo presbítero diocesano".

O Papa citou sua recente Carta aos seminaristas, na qual afirmou que "não se chega a ser sacerdote por si só. É necessária a ‘comunidade dos discípulos', todos os que querem servir a Igreja comum".

O seminário também se abre à internet, um dos temas do debate na plenária. "Por sua capacidade de superar as distâncias e colocar as pessoas em contato, ela representa um grande potencial para a Igreja e sua missão", reconheceu.

"Com o necessário discernimento para um uso inteligente e prudente dela, é uma ferramenta que pode ser usada não somente para estudos, mas também para o trabalho pastoral dos futuros sacerdotes nos diferentes campos eclesiais, como a evangelização, a ação missionária, a catequese, os projetos educativos, a gestão das instituições."

O Papa concluiu recordando que este ano marca o LXX aniversário da Obra Pontifícia para as Vocações Eclesiásticas, instituída pelo Papa Pio XII "para promover a colaboração entre a Santa Sé e as igrejas locais no valioso trabalho de promoção das vocações ao ministério ordenado".

"É necessário que a pastoral vocacional, além de sublinhar o valor do chamado universal a seguir Jesus, insista mais claramente no perfil do sacerdócio ministerial, caracterizado por sua configuração específica com Cristo, que o distingue essencialmente dos outros fiéis e se coloca ao seu serviço."

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