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quarta-feira, 30 de maio de 2012

As saudades e a Saudade de Deus





A saudade é uma sensação dolorida, fácil de alimentar e difícil de rejeitar. É ao mesmo tempo gostosa e dolorosa, proveitosa e perniciosa. Em alguns casos, ela cura. Em outros, ela mata.


Existe a saudade de entes queridos, como a saudade que Jacó tinha da casa de seu pai, depois de vinte anos longe (Gênesis 31,30).



Existe a saudade de casais que estão momentaneamente separados, como no Cântico dos Cânticos (Ct 7,10).

Há a saudade que o pastor tem de suas ovelhas queridas, como a do Apóstolo Paulo e a de Epafrodito em relação a Igreja dos Filipos (Filipenses 1,8; 2,26).




 

Há a saudade da pátria amada, como a saudade insuportável daqueles que estavam exilados na Babilônia tinham de Israel (Jeremias 22,27), a ponto de dependurar suas harpas nos salgueiros que lá havia e se negarem a entoar o canto do Senhor em terra estranha (Salmos 137,1-6).




 
Também há aquela saudade histórica, a saudade de um tempo que já se foi para sempre,a saudade de um passado mais alegre, mais feliz, mais tranqüilo. Há a saudade anterior à morte de quem amamos, anterior à doença, anterior à desgraça, como aconteceu com Jó. 

Há também aquela saudade espiritual, muitas vezes pouco identificada e conhecida, aquela saudade estranha...saudade de Deus escondida nossos corações. É a saudade mais remota, mais generalizada, mais natural, mais constante. É a saudade mais duradoura, mais bela e também a mais incômoda. 

 

Essa saudade está apegada à alma de todos os seres humanos, em todos os lugares e em todos os tempos. Felizes são aqueles que não a negam e nem a rejeitam. É esta saudade que provoca aquela sede incontida de Deus, como revela o salmista: “Eu tenho sede de Ti, oh Deus vivo! Quando poderei ir adorar na tua presença?” (Salmos 42,2).

 

O homem é religioso só por causa da plenitude da saudade. Movimento algum, filosofia alguma, ideologia alguma, poder algum, nação alguma pode destruir o sentimento espiritual no ser humano, homem algum conseguiu abafar no homem este anelo por causa dessa maravilhosa saudade de Deus, arraigada, empreguinada, no mais profundo do ser humano, desde a sua criação.

Saudade esta que só é suprida pela pessoa de Jesus Cristo em todo coração que O recebe como Senhor e como Salvador. Esta sim, é a Plenitude da Saudade. A saudade que todo o ser humano sente de Deus.



 

Nos salmos lemos:  "Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água".
(Salmos 63,1)

Estamos sempre descobrindo que precisamos de algo: comida para comer; roupa para vestir; lugar para morar; trabalho para trabalhar; alguém para amar. Quando conseguimos todas essas coisas o sentimento de insatisfação ainda aparece; mas por quê?

“O vazio” em determinadas horas vem de vez. A vontade de conhecer e buscar algo que vai além do humano é grande; pois a necessidade de preencher este vazio, de reconfortar o nada que ainda existe dentro de nós é gritante.

 

A grande descoberta acontece: é saudade! Saudade de Deus. Saudade do Amor divino. Tempo de preencher a alma. O homem tem um vazio do tamanho de Deus e só Deus o pode preencher. Assim como nosso corpo tem necessidade de coisas físicas, nosso espírito tem necessidade de coisas espirituais.

No mundo atual, diversas religiões e igrejas surgem a cada dia justamente para suprir a necessidade de Deus no ser humano. O próprio Senhor já havia dito nas escrituras: “Virão dias - oráculo do Senhor  - em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas (fome e sede) de ouvir a palavra do Senhor.” (Amós 8,11) 

 

“Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos.” (Mt 24, 23-25)

A busca da alma é por algo que a satisfaça, que a cure, que a liberte. É tempo de matar nossa saudade de Deus. O Senhor sabe de nossas necessidades, de nossos pecados, de nossas infidelidades. Mas mesmo assim Ele nos quer.


 

A Sagrada Escritura diz: “Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos. Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento. Ele voltará para o Egito e o assírio será seu rei, porque não quiseram voltar-se para mim. A espada devastará suas cidades, destruirá seus filhos, que colherão assim o fruto de suas obras. Meu povo é inclinado a separar-se de mim, convidam-no a subir para o Altíssimo, mas ninguém procura elevar-se. Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir. Eles seguirão o Senhor, que rugirá como um leão; ao seu rugido tremerão os filhos do ocidente; os egípcios tremerão como uma ave, e os assírios, como uma pomba. Eu os farei habitar em suas casas - oráculo do Senhor. “ (Os 11, 1-11)


Deus nos Ama! O Senhor nos chama sempre! Ele nos quer em seus braços! O Seu Amor é que nos sustenta e nos impulsa a ir além.




Vendo a situação atual do homem o Coração de Deus se comove de compaixão. Há uma procura de Deus em lugares totalmente errados. Às vezes fazemos de muitas coisas um deus, mas só o Senhor é Deus.




Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem descanso. 


Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade fundamental. 

Como Davi, possamos reconhecer que Deus nos conhece, que Ele nos ver, que Ele sabe quem somos:

“Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. 
A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo. Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar? 
Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também. Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos confins do mar, é ainda vossa mão que lá me levará, e vossa destra que me sustentará. Se eu dissesse: Pelo menos as trevas me ocultarão, e a noite, como se fora luz, me há de envolver. 
As próprias trevas não são escuras para vós, a noite vos é transparente como o dia e a escuridão, clara como a luz. Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe. Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso. Pelas vossas obras tão extraordinárias, conheceis até o fundo a minha alma. Nada de minha substância vos é oculto, quando fui formado ocultamente, quando fui tecido nas entranhas subterrâneas. 
Cada uma de minhas ações vossos olhos viram, e todas elas foram escritas em vosso livro; cada dia de minha vida foi prefixado, desde antes que um só deles existisse. Ó Deus, como são insondáveis para mim vossos desígnios! E quão imenso é o número deles! Como contá-los? São mais numerosos que a areia do mar; se pudesse chegar ao fim, seria ainda com vossa ajuda. 
Oxalá extermineis os ímpios, ó Deus, e que se apartem de mim os sanguinários! Eles se revoltam insidiosamente contra vós, perfidamente se insurgem vossos inimigos. Pois não hei de odiar, Senhor, aos que vos odeiam? Aos que se levantam contra vós, não hei de abominá-los? Eu os odeio com ódio mortal, eu os tenho em conta de meus próprios inimigos. 
Perscrutai-me, Senhor, para conhecer meu coração; provai-me e conhecei meus pensamentos. Vede se ando na senda do mal, e conduzi-me pelo caminho da eternidade.” (Sl 138) 




Mate agora sua saudade de Deus! Ele está bem ai, pertinho de você...bom dia

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