Membros do Blog Filhos da Misericórdia...participe também!

sábado, 19 de maio de 2012

DEUS: Um coração sempre em busca dos filhos perdidos



Quero partilhar com vocês algo que passei nesta madrugada. Hoje passei por uma experiencia angustiante, mas que me remeteu imediatamente ao coração de Deus. Um filho espiritual ligou-me dizendo que precisava de minha ajuda e que estava "muito doido", como disse. Sua voz estava alterada, provavelmente por conta de bebida. Era 1 da manhã. Em meio ao barulho, só o ouvia dizer que queria vir para onde eu estava. Havia ligado de um telefone que não era o seu. Pedi que viesse para cá imediatamente, então desligou.

 

Esperei durante longos minutos e retornei, pois estava demorando a chegar. Então não mais consegui falar com ele. A pessoa que atendia desligava em seguida, e o telefone deste meu abençoado filho estava desligado. Descrever minha angústia não me é possível. A angústia da espera, do retorno que não acontece...Quantos pais e mães não passam sofrimento semelhante, preocupados com seus filhos?



Neste momento eu, em minha impotência,só podia rezar e interceder. Eu suplicava a Deus que cuidasse deste meu filho, que o protegesse dos perigos, principalmente dele mesmo. Hora eu pedia a Jesus e Maria que cuidassem dele, hora tentava ligar para o número que ele me havia telefonado. Só soube notícias às 5 da manhã, justamente agora pouco. Graças a Deus estava bem, pelo menos na casa de uma pessoas conhecida.Pelo menos veio o alívio ao meu coração.



Tentei voltar agora a dormir, mas não me foi possível, mesmo estando muito cansado. Vinha-me o tempo todo o coração de Deus, tão aflito pelos seus filhos, que em sua liberdade saem do seu abraço de Pai.Que lágrimas eu também estou vertendo agora por ver que eu, filho rebelde e miserável, provoco no coração de Deus! Esse Deus tão bom e fiel, tão terno, que me espera incansável, que anela pelo meu retorno, que sofre por mim...Ah! Este Deus de Misericórdia!



 

É neste Deus que quero acreditar: um Pai que, desde o princípio da criação, abre os braços numa bênção cheia de misericórdia, sem forçar ninguém, mas esperando sempre; sem deixar cair os braços, e esperando sempre que os filhos regressem para lhes poder falar com palavras de amor e para deixar que os braços cansados repousem nos seus ombros. O seu único desejo é abençoar.

 

Ao longo de toda a minha vida tenho lutado por encontrar Deus, por conhecer Deus, por amar a Deus; procurei seguir as diretrizes da vida espiritual - orar constantemente, trabalhar pelos outros, ler as Escrituras - e evitei muitas tentações de arranjar desculpas. Falhei muitas vezes, mas voltei sempre a tentar, mesmo quando estive à beira do desespero.


Agora pergunto se durante todo este tempo tive ou não suficiente consciência de que Deus andou a procurar encontrar-me, conhecer-me e amar-me. A questão não é: "Como hei-de encontrar Deus?", mas: "Como hei de deixar que Deus me encontre?". A questão não é: "Como posso conhecer Deus?", mas: "Como posso deixar que Deus me conheça?"


Finalmente, a questão não é: «Como vou amar a Deus?», mas: «Como vou deixar-me amar por Deus?». Deus anda por longe à minha procura, tratando de me encontrar e desejando levar-me para casa. 

Nas três parábolas em que Jesus responde à pergunta: porque come com os pecadores?, põe a tônica na iniciativa de Deus. Deus é o pastor que vai à procura da ovelha perdida. Deus é a mulher que acende uma candeia, varre a casa e procura por todo o lado até encontrar a moeda perdida. Deus é o Pai que anda em busca dos filhos, vela por eles, corre ao seu encontro, os abraça, roga, suplica e anima a que voltem para casa. 



Por estranho que pareça, Deus deseja encontrar-me mais do que eu desejo encontra-lo. Sim, Deus deseja-me tanto, muito mais do que eu a Ele! Deus não é o patriarca que fica em casa, imóvel, à espera que os filhos voltem para ao pé dele, à espera que peçam desculpa pelo seu comportamento, que peçam perdão e prometam emendar-se.


 Pelo contrário, sai correndo ao encontro dos filhos pecadores sem fazer caso da sua dignidade, corre à procura deles, não quer saber de desculpas e promessas de emenda, e busca conduzi-los à mesa magnificamente preparada.


Agora começo a ver quão radicalmente diferente será a minha trajetória espiritual se deixar de pensar em Deus como em alguém que Se esconde e que põe todos os entraves possíveis a que O encontre; se eu começar a pensar n’Ele como Aquele que me procura quando eu me escondo. Quando for capaz de ver com os olhos de Deus e de descobrir a sua alegria pelo meu regresso a casa, então haverá menos angústia e mais confiança na minha vida.Talvez ai não me sinta mais tão sozinho, mas saiba que existe um coração que me espera: O coração de meu Pai!


Obrigado Senhor pela Tua espera por mim. Ajuda-me a esperar Teus filhos com o Teu coração, e jamais desistir de nenhum deles, como Tu não desistes de mim. Que eu volte para Ti, meu Deus!Eu quero voltar para os Teus braços, o lugar de onde eu nunca deveria ter saído...

Obrigado Pai, pelo Teu amor que não desiste de esperar por mim...

P.S: Ah! obrigado por proteger esse teu filhinho boêmio, hehehehe. Ele é Teu, meu Deus.

Um comentário:

T@ty Caminha disse...

Nossa Léo, senti suas dores ao ler! Louvado seja Deus pelo dom da sua vida e por toda sua missão, Deus bem sabe a quem Ele confia seus filhos.